Calouros queimados durante trote passam por exames; quatro envolvidos no caso foram detidos
Os calouros de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), com sede em Palotina, que foram queimados com creolina na quarta-feira (30), durante um trote, estão passando por exame de corpo de delito, na manhã desta sexta-feira (1°) no Instituto Médico Legal de Toledo.
Os alunos foram levados para fazer o exame em um ônibus da universidade e chegaram no local acompanhados de funcionários. Não há o número exato de pessoas que estão passando pelo exame. O procedimento irá ajudar a identificar se havia mais alguma substância misturada com a creolina e também servirá de prova para o inquérito policial que foi aberto.
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No fim da tarde de quinta-feira (31) quatro pessoas apontadas como principais suspeitas de terem participado do trote violento foram encaminhadas para a Delegacia de Polícia Civil da cidade. Os jovens, dois homens de 21 anos, uma mulher de 23 e outra de 21 anos foram identificados pelas vítimas e serão autuados a princípio por lesão corporal grave e constrangimento.
A Polícia investiga o caso e tenta localizar mais pessoas que possam estar envolvidas no fato.
Sobre o trote
Cerca de 20 calouros da UFPR (Universidade Federal do Paraná), com sede em Palotina, no Oeste do Paraná, sofreram queimaduras químicas durante um trote realizado na tarde de quarta-feira (30). Todos foram levados ao hospital municipal da cidade.
De acordo com o universitário Marcelo Krein, quando os calouros chegaram ao local do trote eles identificaram uma caixa de leite e outra embalagem, a qual não sabiam qual era o conteúdo.
“Perguntaram para eles [veteranos] o que era que tinha na lata e eles responderam que era creolina. Alguns integrantes que estavam na roda questionaram se não ia queimar, mas eles não falaram nada e começaram a passar o produto na gente”,
conta Marcelo.
A creolina é um desinfetante e germicida com ação bactericida e fungicida comprovada, sendo de uso veterinário.
Segundo o delegado, Pedro Lucena, os envolvidos mandaram as vítimas ficarem de joelhos no chão, fecharem os olhos e então jogaram o produto nos alunos. Para o Lucena, é possível que alguma outra substância tenha sido misturada com a creolina.
“Alguns alunos saíram fora, mas alguns ficaram. Aqueles que não toparam, foram motivos de gozação entre os veteranos, foi uma situação imposta. A embalagem que foi apreendida é de creolina, mas eu não tenho dúvida que foi adicionado algum produto para lesionar as vítimas. Um exame no IML ( Instituto Médico Legal) vai identificar isso, já que tivemos pelo menos um dos alunos que sofreu queimaduras de 3° grau.”
Pedro Lucena- delegado de Polícia Civil
A universidade está indignada com a situação e relatou por meio de nota que não tolera nenhum tipo de violência, além disso afirmou que medidas rigorosas serão aplicadas.