A campanha Doe Calor e a mobilização solidária da população contribuíram para que, apesar do inverno rigoroso, Curitiba não registrasse este ano nenhuma morte associada ao frio. A campanha atendeu mais de 183 mil pessoas, distribuindo, até agora 115,7 mil peças de roupas recolhidas nos cerca de 1,5 mil postos de coleta espalhados pela capital, além de cobertores e agasalhos novos recebidos pelo IPCC.

A mobilização foi reforçada por diversas ações de solidariedade que ajudaram pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade social. Em julho, nas noites mais frias, pessoas de todos os cantos da cidade reuniram-se num mutirão solidário na Praça Tiradentes, de onde saíram para levar agasalhos, cobertores e calçados para moradores de rua, carrinheiros e trabalhadores do período noturno.

O trabalho dos voluntários, somado à Campanha Doe Calor, foi essencial para que o frio não fizesse vítimas na cidade neste inverno. “Este ano a nossa meta não foi numérica, mas humana: não perder ninguém para o frio. Graças à grande rede de solidariedade que movimentou Curitiba nos últimos meses, conseguimos proteger nossa população que mais precisa”, afirma a presidente da FAS, Marcia Oleskovicz Fruet.

De acordo com Marcia, desde maio, quando a campanha foi lançada, a Doe Calor prestou o atendimento necessário para amenizar o rigoroso inverno curitibano e os atendimentos foram reforçados em períodos nos quais as temperaturas foram mais baixas. “Este ano houve uma mobilização muito forte de toda a sociedade. Movimentos que surgiram nas redes sociais ganharam força nas ruas e fizeram a diferença nos dias mais frios do ano, nos ajudando a atingir nossa meta”, diz.

Além das doações e mutirões organizados pela população, em alguns finais de semana, os trabalhos de separação das doações (por tamanho, sexo e idade) contaram com o apoio de centenas de voluntários. No último sábado (31), por exemplo, quase 100 fiéis frequentadores da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias auxiliaram na triagem das doações.

“Foi muito emocionante ver Curitiba atuar pelos moradores de nossa cidade que mais precisam. Agradecemos imensamente as centenas de pessoas que dispensaram seus horários para fazer o bem. A logística do IPCC, na implantação de postos de coleta, assim como no recolhimento de donativos, movimentou toda a entidade”, ressalta a presidente do Instituto, Francisca Cury.

Atendimentos

Apesar do fim do recolhimento nos postos de coleta, os atendimentos à população em situação de risco e vulnerabilidade social continuam até o fim de setembro. “O barracão do Disque Solidariedade está cheio e os trabalhos de triagem e entrega de doações acontecem diariamente”, diz o coordenador do serviço, Luis Carlos Costa.

O balanço final da Doe Calor será divulgado na última semana de setembro.