Curitiba - O mistério do desaparecimento do empresário José Osvaldo Dell Angnollo, de 42 anos, sócio da The Boss, escritório de investimentos de Curitiba que é alvo de denúncias de calote continua. Pelo menos 800 clientes não tiveram retorno de aplicações. Além disso, o captador de clientes para a empresa, Josué Votroba, está sumido. O prejuízo chega a aproximadamente R$ 1 bilhão para as vítimas.

A reportagem do Ric RECORD descobriu que a rede de envolvimento nas denúncias de calote contra esse escritório de investimentos só aumentou. Mas onde estão os responsáveis pelo sumiço do dinheiro de quase 800 pessoas?
Ramilton Barbosa, proprietário de uma empresa de móveis, afirma que aplicou R$ 1 milhão com a consultoria da The Bossa. Na hora de assinar o contrato, apareceu o nome de um garantidor desse investimento, um banco de Curitiba que tem como dono Eduardo Votroba, filho de Josué.
“Envolve o Eduardo Voltroba. Ele tem um banco que se chama Futuree Bank. Meu contrato está em nome desse banco. O Eduardo é sócio desse banco. Tem mais uma pessoa, um tal de João que eu não conheço, mas o principal que meu relacionamento sempre se deu com o Eduardo”, disse o empresário.
Futuree Bank
O Futuree Bank surgiu como garantidor dos contratos assinados por investidores da The Boss. De acordo com documentos da Junta Comercial do Estado, o banco tem capital social de R$ 1 milhão e está registrado em nome de dois jovens, Eduardo Votroba, de 26 anos, e João Vittor Cobayash, de 27. O local de funcionamento fica em um prédio comercial no Batel, região nobre de Curitiba, onde, segundo a recepção, o atendimento só é feito mediante agendamento.
Durante a apuração, a reportagem tentou contato com os responsáveis no próprio edifício. Funcionários confirmaram a existência do Futuree Bank no sétimo andar, mas disseram que os proprietários nem sempre estavam presentes, já que em algumas ocasiões realizavam “serviço externo”. Apesar disso, confirmaram que o nome de Eduardo Votroba era visto com frequência no local.
Mistério cresce em torno da The Boss e do Futuree Bank
O nome de Luciano Lemes também passou a levantar suspeitas entre os investidores. Funcionário influente do Futuree Bank e já conhecido da Polícia Federal, ele foi alvo da Operação Fake Money, em 2018, que investigou a venda de créditos tributários falsos para empresários do Paraná e de São Paulo. Na época, carros de luxo foram apreendidos pela polícia e o envolvimento de Luciano chamou a atenção de todos que estavam à sua volta.
As investigações ainda apontam que José Osvaldo Dell Agnolo, dono da The Boss e desaparecido desde o início de setembro, contratou uma equipe de segurança pessoal diante de ameaças que estaria recebendo. O responsável por esse grupo seria Herculano Boque Neto, que já foi preso em Curitiba por se passar por policial civil e ameaçar comerciantes com falsas operações, inclusive simulando a possibilidade de plantar drogas em estabelecimentos para extorquir dinheiro.
A situação das empresas envolvidas também reforça o clima de mistério. Tanto a sede do Futuree Bank, quanto o escritório da The Boss e até mesmo um escritório de contabilidade ligado ao grupo, estão fechados. Enquanto isso, o paradeiro de José Osvaldo continua desconhecido há mais de duas semanas.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela esposa, o empresário vinha recebendo ameaças de morte antes do sumiço. Até então, mantinha uma rotina ativa nas redes sociais, chegando a compartilhar vídeos da criação de gado em sua cidade natal, no interior de São Paulo.
Relembre as denúncias de calote contra o escritório de investimentos
O escritório de investimentos The Boss, em Curitiba, é alvo de denúncias de calote. Pelo menos 800 clientes não tiveram retorno das aplicações. A estimativa é de que o prejuízo às vítimas possa chegar a R$ 1 bilhão. José Oswaldo Dell Agnolo, de 42 anos, dono da empresa, está desaparecido desde o dia 7 de setembro.
Conforme as informações levantadas pela produção da Ric RECORD, A The Boss Investimentos atua há aproximadamente 17 anos. No cadastro só consta o nome de um sócio-proprietário, José Oswaldo Dell Agnolo. Os clientes relataram que a empresa sempre funcionou normalmente, transmitindo confiança aos investidores.
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