Carli Filho compareceu ao 1º dia de julgamento. (Foto: Reprodução/RICTV)

O ex-deputado é acusado pelas mortes de Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida, ocorridas durante um acidente de trânsito em 2009

*Com informação de Emeline Hirafuji, Giulianne Kuiava e Helen Anacleto, da RICTV Curitiba

Acompanhe em tempo real as principais informações do segundo dia do júri popular do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho nesta quarta-feira (28). Ele é acusado pela morte de dois rapazes em um acidente de trânsito ocorrido em 2009.

O primeiro dia de julgamento, na terça-feira (27), foi marcado por emoção. Christiane Yared, mãe de uma das vítimas, acabou desistindo de depor como testemunha de acusação por estar muito fragilizada. O acusado também mostrou abalo emocional durante várias momentos, Carli Filho chorou copiosamente quando as fotos de Gilmar Rafael de Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida foram expostas dentro do Tribunal. Já a mãe de Carlos chegou acompanhada do advogado e preferiu apenas dizer que espera justiça. Carli Filho acompanha todo o julgamento.

17h40: Manifestação na frente do Tribunal.

17h35: Carli cumprimentou amigos dentro da sala e ainda permanece no Tribunal. Não chorou quando a sentença saiu e estava sereno.

17h33: Christiane Yared, emocionada, diz que perdoa Carli Filho. Assista:

17h32: Pais de Yared saindo do Plenário e concedendo entrevistas.

17h29: Carli deve se apresentar à Justiça em Guarapuava durante todos os meses enquanto recorre em liberdade. 

17h27: Juiz afirmou que esse crime deve ser levado como exemplo. “Espero que o presente julgamente ajude a mudar um hábito de violência no trânsito. Tenhamos a esperança de que com a correção, a força e o hábito, possamos mudar nossa história” argumentou.

17h25: Carli pode recorrer em liberdade. Ele não sai do Plenário preso.

17h22: O ex-deputado Carli Filho foi condenado a 9 anos e quatro meses em regime fechado. Ainda cabe recurso.

17h18: O juiz Daniel Avelar não informou a quantidade de votos dos jurados.

17h17: Juiz disse que ele foi intensamente advertido pra não dirigir e o fez falando ao celular. ‘Trata-se de uma pessoa esclarecida, era deputado, portando quando ele ingere a lei penal, ele fere a lei do sistema”.

17h11: Juiz começa leitura da dosimetria da pena.

17h10: Carli Filho é condenado por homicídio doloso.

17h07: Juiz inicia leitura.

17h06: Carli chegou e entra abatido ao Plenário, com cara de choro.

17h03: Juiz volta para o Plenário.

16h31: A expectativa maior gera em torno da terceira pergunta, que pode desqualificar o dolo no caso da maioria das respostas ser “sim”.

16h25: serão respondidas quatro perguntas referentes ao caso, que vão indicar ao juiz se Carli Filho é ou não culpado. 

16h19: Jurados são levados para a sala especial onde será feita a votação. Não há tempo para conclusão dos votos.

16h15: Brzezinski diz que se não fosse a agência de publicidade contrata pra dar visibilidade e distorcer os fatos “nós não estaríamos aqui hoje”, sobre a campanha “190 km/h é crime”. 

16h04: Tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, é utilizada pela defesa para falar sobre homicídio culposo.

16h01: Advogado de Carli Filho compara as cicatrizes do ex-deputado após o acidente, às chagas de Jesus.

15h55: Segundo a defesa, Carli Filho está sendo usado como exemplo pelo fato de ele ter sido deputado. “Querem usá-lo como exemplo de algo que não deve ser repetido”, afirma o advogado Alessandro Silvério.

15h41: Advogado insiste que “a colisão não é traseira. A colisão é lateral traseira”. E faz um questionamento: “excesso de velocidade é dolo eventual? Ou comportamento imprudente”?

15h35: Começa a tréplica da defesa.

15h20: Réplica da promotoria termina com um poema sobre família e filhos. Promotor Paulo diz: “Vocês, Gilmar e Carlos, são meus tesouros amados e estão mais próximos de mim”.

15h15: Carli Filho sai do plenário. 

15h01: O fato de Christiane ter se tornado deputada federal após a tragédia é comentado pelo promotor. “Eu votaria em você se você tivesse se recuperado. Se tivesse assumido a sua responsabilidade e tivesse transformado isso em algo melhor.” Em seguida, o promotor diz que o Instituto Paz no Trânsito, criado após o acidente, salva vidas e já recebeu contribuições dele. A família de Carli Filho, discretamente, se manifesta. 

14h55: Promotor se exalta. Grita que não é possível que uma perícia feita pela parte da defesa desminta imagens e depoimentos de pessoas que viram o “carro decolar”.

14h49: Promotoria mostra fotos do acidente, algumas impactantes. Carli segue sentado de frente aos jurados.

14h45: Advogado de acusação fala sobre réplica e tréplica, e o fato de a defesa querer transformar o homicídio em culposo, o que levaria à prescrição de acordo com o Código Penal. 

14h41: Promotor orienta os jurados a votarem de acordo com as provas e com a consciência de cada um.

14h35: Julgamento é retomada com a réplica da acusação, com duração de uma hora. Quem fala é o promotor Paulo Markowicz. 

13h10: Tempo da defesa termina e juiz determina pausa de uma hora para o almoço.

13h08: Defesa usa exemplo da testemunha que estava na mesma rua das vítimas, mas que parou respeitando a preferencial. “Você jurada, teria feito igual ao Leandro que viu o carro e parou, ou faria igual o condutor do Honda Fit?”, questionou o advogado de Carli Filho.

13h00: Defesa de Carli Filho enfatiza, diversas vezes, que aceita a condenação do ex-deputado. Porém, na parcela da culpa.

12h51: Mattar Assad, advogado da acusação, interrompe a fala de Brzezinski enquanto o advogado dizia que a questão do álcool não importava no processo. Mattar Assad ironizou, dizendo que “nada interessa”. Brzezinski retrucou, dizendo que Mattar Assad é “bom pra dar entrevista”. Juiz encerra a discussão e pede para a defesa prosseguir.

12h42: Defesa alega que foi arrolado errado um perito propositalmente porque não queriam discutir o fato, porque não queriam mostrar o local exato onde o acidente ocorreu. “Para a acusação não interessa discutir essa questão, mas para nós sim, por isso trazemos o Dr. Ventura Rafael Martello Filho porque temos certeza!”

12h25: As penas para homicídio doloso partem de 6 anos e para o culposo 2 anos. Como são duas vítimas o número dobra.

12h30: Carli Filho as vezes olha pros advogados e os jurados, mas rapidamente baixa a cabeça e coloca as mãos entre as pernas.

12h28: Advogado rasga notícias da época em frente aos jurados.

12h27: “A acusação mostra os restos mortais das vítimas. Mas não discute direito. Não discute o dolo, que é o que interessa nesse júri”, Roberto Brzezinski. 

12h25: Defesa fala que foi contratada uma empresa de publicidade para contornar os fatos. “Se tentou desde o começo enganar a sociedade curitibana. Teve gente que colocou no carro adesivos de 190 kms/h é crime”, fala o advogado. 

12h23: Roberto continuou o discurso do colega: “Para tentar manter o dolo, criou-se factóides na imprensa. Colocaram o filho do governador no meio […] Se cria o factoide dos 190 por hora, do racha com o filho do governador, para fugir dos fatos. Por quê? Porque o condutor do Honda Fit não parou. Não parou, senhores jurados! Não parou!!!”. 

12h20: Alessandro Silvério passa a palavra para o colega, Roberto Brzezinski. 

12h15: Defesa mostra parte do depoimento do policial que atendeu o local. “Agora eles tentam deslocar o lugar do acidente. O acidente aconteceu no limite da faixa de pedestres, no cruzamento. A vítima contribui ou não com o acidente?”

12h13: “Vcs lembrar do acidente da Gol? 150 pessoas morreram […] Como que o Ministério Público Federal, incorruptível denunciou os dois pilotos? Por homicídio culposo. Isso aqui é um acidente de trânsito, e tem que ser tratado como acidente de trânsito. […] Sinal intermitente tem preferência. Mas Ministério Público insiste em dizer que não tem”, continua da defesa. 

12h06: Defesa mostra um vídeo sobre uma promotora que se envolveu em um acidente quando estava embriagada. “Mandaram a promotora para delegacia, ela assinou um termo e foi liberada. Mas então, se ela assumisse o risco, ela deveria ter sido denunciada por tentativa de homicídio […] A acusação tenta reverter a lógica!”.

O advogado de Carli diz que foi plantado na mídia a possibilidade de racha e roleta russa, para tentar justificar o dolo eventual. “Assassinos de reputação (se refere a jornalistas), que tentaram colocar o filho do governador no fato. Manipulam a verdade!”

Essa é a primeira vez que se cita o “filho do governador” abertamente. “Onde estão aqueles que apontavam a velocidade de 190 quilômetros por hora? Excesso de velocidade e álcool é imprudência. E imprudência é a culpa!”

11h58: “Não se discutiu aqui o dolo eventual. Joga-se aqui fotos dos mortos, laudos técnicos e não se discute direito e quer-se condenar o réu por um crime mais grave do que cometeu. Dolo eventual, é quando se aceita o resultado […] E não foi dolo eventual, porque ele colocou em risco a própria vida […]. Como eu posso querer ter causado um acidente, se coloque em risco minha própria vida?!”

Nesse momento, o advogado de defesa cita colocações de ministros do Supremo Tribunal Federal. E conclui: “Isso aqui é culpa, não é dolo! […] O dolo eventual é muito mais do que assumir o risco […] No momento da reação ele tem que ter certeza da probabilidade do resultado […] A última das hipóteses é o resultado mórbido!”

11h50: “Dolo é vontade. Culpa é involuntário. Mas nos concentramos aqui no dolo […] O dolo não é só querer, é conhecer […] Dolo é a vontade de praticar e ter conhecimento do que está fazendo. Carli Filho não tinha o conhecimento causal e não queria a morte das vítimas”, diz a defesa.

11h45: Advogado de defesa de Carli Filho, Alessandro Silvério, começa a falar.  

11h30: O promotor de Justiça Marcelo Balzer Correia fala sobre o acidente de Carli Filho:

11h20: Somento no invervalo é único momento permitido que jornalistas e espectadores façam imagens. 

Interior do Tribunal do Júri. (Foto: Giulianne Kuiava) 

11h15: Intervalo de 10 minutos. 

11h14: Mattar Assad lê uma entrevista e entrega aos jurados. Nela, em uma matéria da época do acidente, um dos advogados do Carli fala  “Sabe o que aconteceu, meu cliente dirigiu a 170 quilômetros por hora”.

“Era só o que faltava ele sair daqui absolvido, rindo…. E o Brasil rirá de nós […] Se condenado, ele ainda terá direito de responder em liberdade. Ele tem seus direitos. Mas as vítimas, têm direitos a túmulos frios e escuros”, concluiu o advogado ao final de sua fala.

11h08: “Tem sangue aqui nesse plenário. Tinha sangue embaixo do carro. Tinha um cérebro coberto com uma caixa de papelão. Nós temos que ver o sangue”, disse Assad enquanto Carli Filho permanece de cabeça abaixada, com um lenço nas mãos.

11h06: “Ele tinha que ter se arrependido naquela subida e ter tirado o pé do acelerador. E não aqui. Dolo eventual. Ele tinha que ter dado ouvido às pessoas no restaurante […] Com sinal intermitente ele tinha que ter reduzido. Ele assume que matou o Gilmar Rafael, matou o Carlos Murilo, filho de vocês (se dirigindo às mães) e hoje um pouco filho de todos nós. A defesa vai tentar inverter as posições. Mas não podemos ser ingênuos”, completou o advogado de acusação.

11h00: “Aquela rua era dele, a cidade era dele. Dentro daquele possante. E ele acha que esse júri é dele! […] Que deputado é esse?! Temos que mostrar ao Brasil que não é assim. Estão querendo comparar esse caso com outros, de mero acidente […] Ele pode não ter querido matar, mas assumiu o risco assumidamente”, disse Assad. 

10h54: Elias Mattar Assad, advogado de acusação, começa a falar direcionado aos jurados.

10h50: Vídeos com testemunhas falando sobre o momento da batida são exibidos.

10h45: Carli chora. 

10h44:  Balzer termina falando que a mãe dele trabalhou como secretária para a família Slaviero – família da mãe do ex-deputado – e que foi com esse dinheiro que ela conseguiu formá-lo promotor. Disse que, por isso, não tem nada contra a família do Carli.

10h41: “Contra fatos, não há argumentos. A decoração de Gilmar Yared é um argumento. […] Alguma coisa passou por cima do seu pescoço pra decaptá-lo”, disse o promotor.

10h35: Balzer diz: “Ele agiu assumindo o risco de matar. Por isso, que quando ele vem aqui dizendo que ‘eu não saí de casa pra matar’ isso é dolo direto e não cabe aqui […] Mas ele assumiu o risco. E o crime doloso contra a vida quem tem que dar a voz final é o povo. É o mesmo povo que o elegeu quando ele foi deputado. […] E é o mesmo povo do qual ele não quer o voto, porque pediu que esse júri fosse desaforado. Ele não quer o seu voto”. Fala do Balzer, direcionado ao júri.

*Quando o Balzer fala em ‘desaforamento’, ele se refere ao pedido da defesa de Carli para que o júri acontecesse em outra cidade e estado.

10h30: Registros das ligações de Carli são expostos e o promotor mostra que a última foi feita às 00h48 e o acidente foi às 00h54. De acordo com a promotoria, isso é um indício de que o acusado poderia estar ao telefone enquanto dirigia.

10h29: Promotoria exibe uma reportagem sobre a indústria da multa, exibida pelo programa Fantástico. A matéria afirma que a Consilux já anulou multas em Curitiba.

10h26: Balzer questiona porque não há registro do carro do Carli em imagens de radares da cidade desde às 14h04 do dia 06/05/2009. Segundo o promotor, até às 14h04 é possível encontrar os registros de onde o veículo passou, mas depois desse horário eles sumiram.

10h18: O policiamento continua reforçado do lado de fora do Tribunal do Júri, no bairro Centro Cívico, em Curitiba.

Rocam reforça o policiamento. (Foto: Giulianne Kuiava) 

10h15: Cartaz em referência a tia de Carli que falou à Christiane Yared, durante o primeiro dia julgamento, que o que aconteceu foi um acidente.

Manifestante do lado de fora do Tribunal do Júri. (Foto: Giulianne Kuiava) 

10h09: Carli Filho, de terno azul e camisa branca, olha para baixo grande parte do tempo.

10h02: Balzer fala, direcionado aos jurados, que Carli não poderia estar dirigindo naquela noite. 

10h00: “Não bastasse a dor do luto, ainda tiveram que sentir a dor de serem culpados”. Fala do promotor de justiça, Balzer Correia, em relação a afirmação feita por Carli Filho, e tese defendida pela defesa dele, de que o veículo em que estavam Gilmar Yared e Carlos Murilo de Almeida, cruzou a via preferencial no dia do crime. 

9h58:  O promotor de Justiça Marcelo Balzer Correia inicia sua fala agradecendo e faz uma introdução. 

9h00: A repórter Helen Anacleto já está em frente ao Tribunal do Júri e dá as primeiras notícias do local:

9h32: Christiane Yared chega para o segundo dia de julgamento

8h20: Remanejamento de senhas: Várias pessoas desistiram de acompanhar o julgamento na noite de ontem. As senhas foram devolvidas aos oficiais de justiça e redistribuídas na manhã desta quarta.  

8h15: Poderão assistir ao julgamento àqueles que já possuem a senha, retirada na sexta-feira (23), e que já estiveram ontem no 1º dia de julgamento. 

8h05: Pessoas já se aglomeram em frente ao Tribunal do Júri. Eles deverão assistir o julgamento programado para começar a patir das 9h30. 

(Foto: Helen Anacleto)

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