Julgamento de ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho começou nesta terça-feira (Foto: Reprodução/RICTV Curitiba)

Carli Filho se emociona quando fotos das vítimas no momento do acidente são apresentadas ao júri; ex-deputado chegou a chorar em dois momentos

*Com informações da repórter Helen Anacleto, da RICTV Curitiba

Na maior parte do julgamento de Carli Filho nesta terça-feira (27), o réu demonstrou tranquilidade. Sentado de frente para Christiane Yared e sua família, ele se emocionou duas vezes.

A primeira aconteceu quando o médico que atendeu o ex-deputado no Hospital Evangélico, José Antônio Maingue, foi confrontado pela defesa. O depoimento dele era sustentado pela acusação sobre o estado que Carli Filho chegou no local, em coma e desconfigurado.

A defesa, em contrapartida, mostrou fotos de Gilmar Yared e Carlos Murilo de Almeida depois do acidente para questionar o médico sobre quais eram as possibilidades para salvar as vítimas. Maingue se enrolou e não soube responder.  Quando as fotos foram apresentadas, Carli Filho abaixou a cabeça e começou a chorar. Durante o intervalo, o ex-deputado abraçou uma mulher.

Durante seu depoimento, Yuri Yasichin da Cunha, que estava presente no momento da colisão, afirmou que pegou uma caixa de sapato para colocar a cabeça de uma das vítimas. Neste momento, o ex-deputado também se emocionou e chorou. Os abalos de Carli Filho acontecem quando o Ministério Público (MP-PR) mostra fotos das vítimas.

Quando questionada sobre o choro do ex-deputado, Christiane afirmou que seu desejo era que o arrependimento fosse real e que ela espera que esse arrependimento de fato aconteça. Apesar de estar sentado de frente para a família da vítima, Carli Filho demonstra tranquilidade durante as falas. Depois de um breve recesso, por volta das 19h, a cadeira do ex-deputado permaneceu vazia.

O acidente

Em 2009, um acidente envolvendo Fernando Carli Filho, na época deputado estadual, deixou duas vítimas fatais: Gilmar Rafael Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20 anos.

Os dois jovens seguiam em um Honda Fit quando o Passat que o parlamentar dirigia decolou na Avenida Monsenhor Zanlorenzi, no bairro Mossunguê, em Curitiba, e caiu sobre o veículo dos dois. Eles morreram na hora. Ambos foram decapitados durante a colisão.  

Laudos periciais feitos posteriormente apontaram que deputado dirigia em uma velocidade entre 161 km/h e 173 km/h. Para piorar sua situação, ele estava com a carteira de habilitação (CNH) cassada – 130 pontos e 30 multas, sendo 23 delas por excesso de velocidade – e alcoolizado.

Carli teve ferimentos graves e foi levado ao Hospital Evangélico de Curitiba e, posteriormente, foi transferido para São Paulo onde ficou internado por um mês. Ele precisou passar por uma cirurgia de reconstrução facial.

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