
Operação Trapaça acontece em cinco Estados brasileiros e investiga esquema de fraudes em laboratórios
*Do R7
Pedro de Andrade Faria, ex-diretor-presidente global da BRF Brasil Foods, foi preso na manhã desta segunda-feira (5), em São Paulo, durante a 3º fase da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. A etapa foi batizada de ‘Operação Trapaça’ e investiga um esquema de fraudes em laboratórios da BRF, empresa do setor de carnes e processados.
Além de Faria, outras nove pessoas ligadas à BRF também foram presas. Os mandados de prisão são temporário. Um deles ainda não foi cumprido. As pessoas detidas são:
- André Luís Baldissera
- Décio Luiz Goldoni
- Fabiana Rassweiller de Souza
- Fabianne Baldo
- Harissa Silvério el Ghoz Frausto
- Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior – ex-diretor e ex-vice-presidente
- Luciano Bauer Wienke – gerente jurídico
- Luiz Augusto Fossati
- Natacha Camilotti Mascarello
- Pedro de Andrade Faria
- Tatiane Cristina Alviero
Na Operação Trapaça foram cumpridos 91 mandados judiciais em cinco Estados brasileiros – Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo. Segundo a PF, são 11 mandados de prisão temporária, 27 mandados de condução coercitiva e 53 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 1ª Vara Federal de Ponta Grossa/PR.
As fraudes tinham como finalidade burlar o Sif/Mapa (Serviço de Inspeção Federal) e, com isso, não permitir que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fiscalizasse com eficácia a qualidade do processo industrial da empresa investigada.
As investigações apontaram que cinco laboratórios fraudavam os resultados de exames em amostras de seu processo industrial, “informando ao Serviço de Inspeção Federal dados fictícios em laudos e planilhas técnicos”.
Além das fraudes nos resultados, as investigações também descobriram “manobras extrajudiciais” realizadas por executivos do grupo, para acobertar os atos ilícitos.
Os investigados com prisão cautelar decretada serão levados para a sede da PF em Curitiba. O R7 procurou a BRF e aguarda um posicionamento oficial.
Operação Carne Fraca
A operação Carne Fraca foi deflagrada pela PF em março de 2017 para investigar empresas do setor frigorífico. Segundo as investigações, companhias alteravam a carne que vendiam tanto no mercado nacional como internacional. O escândalo envolveu 21 frigoríficos.
Em maio de 2017 a PF realizou a segunda fase da Carne Fraca, que teve como alvo o ex-superintendente do Ministério de Agricultura no Estado de Goiás Francisco Carlos de Assis. Segundo as investigações, Assis foi flagrado flagrado em interceptações telefônicas destruindo provas importantes no âmbito da operação.
A segunda fase da Carne Fraca foi batizada de operação Antídoto, em referência a uma ação policial colocada em prática com o objetivo de fazer cessar a ação criminosa do investigado e preservar eventuais novas provas.
A Polícia Federal deflagrou a operação antes do amanhecer:
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