O policial rodoviário perdeu o controle do carro após ser atingido por disparos de policiais militares (Fotos: PRF)

Policial rodoviário ferido diz que achou que seria assaltado, pois PMs não se identificaram; Polícia Militar tem outra versão e diz que o motorista apresentava sinais de embriaguez

Um policial rodoviário federal de 43 anos de idade foi baleado por disparos feitos por policiais militares, por volta da uma hora da madrugada desta terça-feira (3), no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A passageira que estava no carro dele também foi atingida.

A versão apresentada pela Polícia Militar (PM) é diferente do relato do agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Este diz que os PMs não se identificaram e, por isso, os confundiu com assaltantes.

Mas a PM afirma que seus agentes estavam devidamente identificado com uniformes da corporação e que estavam no local em uma operação para evitar o assalto a uma agência bancária. A PM ainda afirma que o policial rodoviário apresentava sinais de embriaguez.

Versão da Polícia Rodoviária Federal

A PRF emitiu uma nota informando que o policial envolvido na confusão desta madrugada retornava para casa, após um show de comédia, acompanhado por uma amiga. Ele dirigia um automóvel Jac J3, quando, avistou homens armados próximo a um carro, escondidos atrás de um caminhão estacionado.

Ao imaginar que se tratava de uma tentativa de assalto, o policial parou e engatou marcha à ré, quando, a uma distância de pelo menos 20 metros, começaram os disparos de arma de fogo em sua direção.
Na sequência, ele perdeu o controle do carro e colidiu contra o muro de um imóvel. Na sequência, pediu apoio em uma unidade do Corpo de Bombeiros que fica nas imediações do local.
“Conforme relato do agente da PRF, em nenhum momento os atiradores se identificaram como policiais militares antes de efetuar os disparos. Ele também não conseguiu avistar nenhuma viatura caracterizada no local”, diz a nota da PRF.

Versão da Polícia Militar

O comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), tenente-coronel Hudson Leôncio Teixeira falou ao Portal RIC Mais que um grupo de policiais ( identificados e vestidos com fardas da corporação) realizava uma operação no local baseados em uma informação de que uma agência bancária seria assaltada durante a madrugada.

Segundo relato de PMs de sua equipe, pouco depois que viaturas ostensivas e outras descaracterizadas montaram o cerco policial, o automóvel Jac J3 saiu da rua lateral do banco em alta velocidade.

Após recusa de ordem de parada, os agentes do Bope dispararam em direção aos pneus e ao motor do carro suspeito. O motorista teria então engatado a marcha ré, resultando na colisão do veículo contra um poste.

Na sequência, o condutor do carro fugiu a pé pelo mato, e os policiais militares encontraram a mulher ferida dentro do carro e acionaram o Siate que realizou o resgate.

Minutos depois, a informação de que policial rodoviário fez, em uma unidade do Corpo de Bombeiros, uma denúncia de assalto chegou aos policiais que concluíram que o motorista que fugiu para o mato era na verdade o policial rodoviário.

Os policiais militares também disseram que o policial rodoviário apresentava sinais de embriaguez. Mas ele não foi detido, pois foi encaminhado ao hospital.

A Polícia Civil abriu um inquérito na delegacia de São José dos Pinhais para investigar o caso.

Estado de saúde das vítimas

O policial foi atingido por estilhaços nas pernas, braços e sofreu um corte na cabeça. Está internado no Hospital Cajuru, em Curitiba, em observação.

O agente do Corpo de Bombeiros que atendeu a ocorrência contou à reportagem da RICTV que o ferimento na perna da mulher era de um projétil de grosso calibre, possivelmente feito com um fuzil.

O policial rodoviário federal e a passageira baleados estão internados no Hospital Cajuru, em Curitiba. De acordo com a assessoria do hospital, ambos foram submetidos a procedimentos cirúrgicos e têm quadro de saúde estável, sem risco de morte. Não há previsão de alta médica, no momento.

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