O desaparecimento de Adrian Rocha, de 17 anos, chegou a um novo capítulo com a reclassificação das acusações contra Erik Vinicius Izidoro Rosa, conhecido como “Mano XK”. O caso, que mobilizou buscas intensas por áreas de mata em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, voltou a ganhar destaque após o Ministério Público do Paraná (MPPR) apresentar uma nova denúncia contra o investigado.

Jovem sério em foto
A família está desesperada para saber onde está o corpo do adolescente (Foto: reprodução / RICtv)

Segundo informações apuradas pela RICtv, a defesa de Erik sustenta que, sem a localização do corpo de Adrian, não se pode confirmar o homicídio. No entanto, a Polícia Civil reuniu outros elementos que ligam o investigado à cena do crime.

Um áudio atribuído ao irmão de Erik reforçou as suspeitas: ele teria dito saber onde o corpo de Adrian estaria escondido e que nunca seria encontrado. O Ministério Público, que anteriormente havia denunciado Erik apenas por sequestro e tortura, agora incluiu as acusações de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

MPPR pede absolvição de suspeito

No começo do mês, o Ministério Público do Paraná (MPPR) pediu a absolvição de Cristian Plavak, um dos investigados pelo desaparecimento de Adrian Rocha, de 17 anos, ocorrido há quase oito meses. No mesmo documento, o órgão pediu a condenação de Erik Vinicius Izidoro Rosa pelos crimes de sequestro, cárcere privado, violência física e psicológica contra a vítima.

Adrian Rocha desapareceu após sair de casa, e sua família nunca soube detalhes sobre o adolescente depois que ele deixou o emprego na agricultura. Investigações apontam que, aos 17 anos, ele passou a atuar no tráfico de drogas. Durante uma entrega das substâncias, ele foi sequestrado, espancado e ameaçado dentro de um veículo. Imagens registradas na época mostram Adrian cantando e relatando sua situação.

A polícia identificou Erik Vinicius Izidoro Rosa e Cristian Plavak como suspeitos do desaparecimento. Erik foi preso preventivamente, enquanto Cristian permaneceu foragido. Durante a audiência de instrução, várias testemunhas foram ouvidas. Ao serem questionadas sobre as pessoas presentes nos vídeos com Adrian, elas reconheceram Erik, identificado como “Mano XK”. No entanto, nenhuma testemunha conseguiu associar Cristian ao “Mano Abel”, também citado por Adrian nas gravações.

Cristian, ainda foragido, concedeu entrevista à RICtv negando qualquer envolvimento no caso e mencionando que a voz em um dos vídeos “parece ser a de Erik”.

MP considera que provas não são suficientes

Após a audiência, o Ministério Público concluiu que as provas apontam Erik como envolvido no desaparecimento de Adrian, mas que não existem indícios suficientes contra Cristian, motivo pelo qual solicitou sua absolvição. O pedido também reforça que Erik seja mantido preso, considerando seu histórico criminal.

Um novo inquérito foi instaurado na Delegacia de São José dos Pinhais para investigar a morte do adolescente, que, segundo a polícia, já está comprovada. O advogado da família de Adrian afirmou que solicitará ao Ministério Público o oferecimento de uma denúncia por homicídio contra Erik, para garantir sua permanência na prisão. Testemunhas relataram temer as atitudes do suspeito.

Relembre o caso

Segundo o Cidade Alerta Curitiba, da RICtv, em 16 de agosto do ano passado, no dia do desaparecimento, Adrian informou à mãe que iria à casa de um amigo, mas não retornou. A mãe do jovem mandou mensagem à ele, dizendo: “Te amo, volta pra casa”. No entanto, a resposta chegou em quatro dias depois com apenas duas palavras: “Cárcere privado”.

Em um boletim de ocorrência, a mãe de Adrian relatou que a namorada do jovem recebeu mensagens com visualização única, nas quais ele afirmava ter sido sequestrado por envolvimento com tráfico de drogas. Os vídeos que chegaram à família mostram o adolescente sendo ameaçado com armas de fogo e confessando ter traficado em uma área dominada pelos sequestradores.

“Por que você está sendo cobrado, malandro?”, pergunta um dos suspeitos à Adrian. A vítima responde: “Porque eu entrei para a vila de vocês”. Novamente, o suspeito faz uma pergunta: “E o que você estava fazendo?”. Adrian conclui: “Tava traficando”.

Adolescente cita apelido dos sequestradores

Em outro vídeo, o adolescente chega a citar os apelidos dos supostos sequestradores. Logo em seguida, afirma que será morto.

“Tô aqui com o mano XK e com o mano Abel. Eles são zika, os caras representam, irmão”, diz o jovem. Segundos depois, o suspeito pergunta para Adrian o que vai acontecer e se ele irá morrer, a vítima responde: “Vou morrer, mano”. O vídeo termina com o suspeito agredindo o jovem com uma arma na cabeça.

Jovem sério com boné
O desaparecimento de Adrian estaria ligado com o tráfico de drogas (Foto: reprodução / RICtv)

Em entrevista ao Cidade Alerta Curitiba, uma pessoa próxima à família da vítima relatou que estão em busca de informações sobre o jovem.

“A gente não tem ideia do que está acontecendo. Só queria saber se ele está bem, se está vivo. A gente precisa de informações, esclarecer isso, porque está todo mundo desesperado. Muito difícil, para toda a família, os amigos e para quem estava próximo, quem conhece o Adrian, sabe que é um menino bom, tem um coração enorme. Só queremos saber onde o Adrian está”, disse.

A Polícia Civil de São José dos Pinhais continua investigando o caso, ouvindo testemunhas e familiares para apurar o desaparecimento. No entanto, família de Adrian pede por agilidade nas investigações.

Ex-namorada de suspeito afirma que Erik é o ‘Mano XK’

Durante um depoimento, a ex-namorada de Erik Vinicius Izidoro Rosa, principal suspeito pelo desaparecimento de Adrian Rocha, de 17 anos, afirmou que o suspeito é realmente o “Mano XK”. O outro suspeito, Cristian Pavlak, está desaparecido.

Erik chegou a afirmar em depoimento que ele não era o “Mano XK”, e que estaria trabalhando no momento do crime. No entanto, há contradições no depoimento da ex-namorada ao ser perguntada se ela sabia o apelido do suspeito.

“Era XQ, alguma coisa parecida. Ele dizia trabalhar como DJ antes de eu descobrir as coisas, mas o apelido dele era XQ, XK, sei lá”, informou a ex-namorada.

Além disso, o pai de Erik também relatou que nunca soube com o que o filho trabalhava e que não pode afirmar se o suspeito estava trabalhando ou não.

Ossada encontrada não é de Adrian

Segundo informações apuradas pela RICtv, a ossada encontrada no dia 19 de novembro de 2024 na BR-116, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), não é de Adrian.

Na época, tinha se levantado a suspeita de que os restos mortais eram do Adrian, inclusive a mãe do jovem chegou a apontar algumas semelhanças. No entanto, conforme o Instituto de Criminalística, da Polícia Científica do Paraná, a ossada é de uma mulher.

Laudo indica possibilidade de sangue em carro que seria de suspeito

Dias após o crime, a polícia apreendeu um carro em uma oficina mecânica, veículo que seria dos suspeitos. O dono da oficina reconheceu Erik como um dos responsáveis por deixar o automóvel no local e deu características do outro suspeito, identificado como Cristian Plavak.

A RICtv Record teve acesso exclusivo aos laudos periciais do veículo. Três pontos testaram positivo para o reagente luminol: no porta-malas, no banco do passageiro dianteiro e no banco traseiro. O exame indicou a possibilidade da presença de sangue, mas a quantidade coletada não foi suficiente para confirmação genética, possivelmente devido a uma tentativa de limpeza do automóvel.

O delegado responsável pelo caso afirmou que novas medidas cautelares serão solicitadas para que os investigados respondam pelo homicídio. Erik nega envolvimento no crime, mas apresentou contradições durante o interrogatório. Em audiência, ao responder ao próprio advogado, uma ex-namorada do suspeito confirmou que seu apelido era “XK”. Além disso, um vídeo em que Erik aparece atirando foi anexado à investigação.

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui!

Jonathas Bertaze

Repórter

Jonathas Bertaze é formado em Jornalismo desde 2023, pós-graduado em Assessoria, Gestão de Comunicação e Marketing e especializado na cobertura de pautas de Segurança, como crimes e acidentes, além de Cotidiano e Loterias, com resultados da Caixa Econômica.

Jonathas Bertaze é formado em Jornalismo desde 2023, pós-graduado em Assessoria, Gestão de Comunicação e Marketing e especializado na cobertura de pautas de Segurança, como crimes e acidentes, além de Cotidiano e Loterias, com resultados da Caixa Econômica.