Os jovens estão presos pelo assassinato do jogador Daniel. (Foto: Montagem/RIC Mais)

Ygor King e David Willian Silva estão entre os sete indiciados pelo assassinato do jogador Daniel Corrêa

Ygor King, 19 anos, e David Willian Silva, 18 anos, suspeitos de participar do assassinato do jogador Daniel Corrêa tiveram seus pedidos de habeas corpus negados pelo desembargador Paulo Edison de Macedo Pacheco, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Os dois foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), junto com outras cinco pessoas, pelo crime. Ygor deve responder por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor enquanto David responderá pelos mesmos crimes e ainda por denunciação caluniosa. De acordo com o desembargador, eles devem permanecer presos preventivamente para que não influenciem na produção de provas.

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Relembre o caso Daniel

O corpo do jogador Daniel Corrêa Freitas foi localizado no dia 27 de outubro de 2018, na Colônia Mergulhão, na zona rural de São José dos Pinhais, depois que um morador da região viu marcas de sangue no chão em uma estrada e seguiu o rastro até o corpo do jovem. Ele estava vestido apenas com uma camiseta, com sinais de tortura, com o pênis decepado e com cortes profundos no pescoço, a ponto de quase ter sido degolado.

Daniel, que jogou pelo Coritiba em 2017, teria aproveitado o fim de semana para visitar amigos na capital do Paraná e participar da festa de 18 anos de Allana Brittes.

No dia 31 de outubro, quatro dias após o crime, a primeira pessoa envolvida com o assassinato foi presa. Cristiana Brittes foi detida pela polícia enquanto estava a caminho do escritório de um advogado. No dia seguinte, 30 de outubro, Edison Brittes e Alanna Brittes se apresentaram na Delegacia da Polícia Civil em São José dos Pinhais. A polícia chegou até eles depois que uma testemunha-chave contou tudo o que sabia sobre o caso. Essa pessoa esteve na casa onde Daniel foi espancado e de onde foi levado, dentro do porta-malas de um veículo, para o local onde foi morto.

O JOGADOR DANIEL FOI ASSASSINADO NO FINAL DE OUTUBRO de 2018. (FOTO: RUBENS CHIRI/SAOPAULOFC.NET)

Na sequência foram presos David Willian da Silva, Ygor King e Eduardo Henrique da Silva. Os três agrediram o jogador dentro da residência dos Brittes e auxiliaram no assassinato. Em depoimento, todos afirmaram que não ajudaram a assassinar Daniel, mas que seguiram junto com Edison no veículo até a Colônia Mergulhão.

Durante as investigações, os detalhes dos depoimentos chocaram até os policiais acostumados com crimes: Eduardo revelou que Edison já saiu da casa com a intenção de extirpar o órgão sexual do jogador e que ele começou a cortar o pescoço da vítima logo que chegaram na estrada rural. David também contou detalhes perturbadores, ele admitiu que comprou roupas para Edison trocar as que usava quando assassinou Daniel e que chegou a ouvir o jogador engasgando com o próprio sangue enquanto era degolado.

Edison confessou o assassinato e disse que fez tudo porque Daniel tentou estuprar sua mulher. Para o delegado da Polícia Civil Amadeu Trevisan, que cuidou do caso, a tentativa de estupro nunca aconteceu. “Nós não acreditamos nessa hipótese de estupro. Não tem como provar. Acreditamos apenas que o rapaz tenha deitado ao lado dela [mulher de Edison], tenha tirado fotografia e tenha dito que tinha estuprado apenas para aparecer para os amigos. Enfim, coisa de pessoa imatura apenas. […] Acreditamos que tenha sido um momento de imaturidade de Daniel acompanhado de um gesto desproporcional”, afirmou ainda durante a entrevista ainda durante as investigações. No entanto, Trevisan confirma que a motivação do assassinato de Daniel foi ele ter sido flagrado por Edison, no quarto do casal Brittes, na cama com Cristiana.

Eduardo Purkote Chiurrato foi preso apenas depois que a polícia colheu os depoimentos de todos os suspeitos e testemunhas. Ele acabou detido porque aparece na versão de alguns deles como um dos agressores de Daniel. No entanto, ele acabou solto alguns dias depois e não foi denunciado pelo MP-PR.

Já Evellyn Brisola, 19 anos, que estava na residência dos Brittes no dia do crime e não foi presa em momento algum, acabou acusado pelo MP-PR por denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho.

INDICIADOS PELO MP-PR POR ENVOLVIMENTO NO ASSASSINATO DO JOGADOR DANIEL. (INFOGRÁFICO: LUANA SILVERIO)