A defesa alega insanidade mental (Foto: Reprodução/RICTV Londrina)

Ricardo Leandro Felipe ainda não foi julgado; ele matou uma sócia da namorada, o pai e o filho da ex e, ainda, baleou o avô e a mãe da antiga companheira

No dia 3 de abril de 2016, o guarda municipal Ricardo Leandro Felipe assassinou três pessoas e baleou outras duas em Londrina, no norte do Paraná. O caso que completa um ano nesta terça-feira (3) continua em aberto e o acusado sem julgamento. Ele permanece preso na Penitenciária Estadual de Londrina, várias audiências sobre os crimes já foram realizadas, mas até o momento não há julgamento marcado.

Na época, Ricardo estava de licença médica e voltou a trabalhar exatamente no dia do crime.

Depois de denúncias de agressão e ameaças à ex-namorada proibiam o guarda de qualquer aproximação e o impedia de usar armas fora do horário de trabalho.

Testemunhas afirmam, que ele chegou na corporação, pegou sua arma e saiu. “Ele se apresentou para o trabalho. Bateu o cartão normalmente, pediu a arma dele e sumiu”, disse o delegado responsável pelo caso durante entrevista em 5 de abril de 2017.

Vítimas

Primeiro, ele foi até a imobiliária de sua namorada Josiane Amorim. Mas como a mulher não estava no local, ele acabou descarregando a arma em sua sócia Ana Regina do Nascimento Ferreira, de 34 anos, que foi morta com um tiro no rosto e outro no peito.

A namorada que escapou do homicídio contesta a versão da polícia, ela afirma que ele nunca deixou de andar armado. “Ele não pegou a arma, ele foi com a arma e saiu com a arma. Como ele fazia todos os dias. Ele estava de atestado, mas estava com a arma”, disse Josiane.

Depois Ricardo foi até a casa de sua ex-noiva, lá ele não encontrou novamente o seu alvo. No entanto, decidiu não perder a viagem e baleou a mãe da mulher, o pai, o avô em uma cadeira de rodas e o filho de 16 anos. O adolescente morreu ainda em casa vítima dos vários ferimentos de arma de fogo no peito. O pai da mulher faleceu no hospital.

A ex-companheira chegou minutos depois de tudo acontecer. “Eu estava em casa, mas eu consegui me esconder, ele não me achou. Só que quem acabou sendo alvo disso tudo foi minha família”, contou durante entrevista em 6 de abril de 2017.

O guarda-municipal roubou três carros durante a fuga e foi preso horas depois em Maracaí, no interior de São Paulo, a 120 Km de onde havia cometidos os crimes.

Na entrevista que ele concedeu pouco depois de ser preso, ele disse não se lembrar de nada. “Eu acabei pegando uns remédios que eu tomava um de cada um e tomei vários de cada um. Não lembro quanto. E tentei através desses remédios manter um pouco a calma. A partir daí, eu comecei a ficar meio fora de mim”, disse o acusado.

Batalha Judicial

As famílias da ex-sócia na namorada e da ex-namorado entraram na justiça contra a Prefeitura de Londrina e pedem uma indenização de mais de R$ 14 milhões. A alegação é de que Ricardo cometeu o crime com a arma que pertencia a Guarda Municipal.

“O município foi absolutamente negligente ao contratar o guarda municipal Ricardo, sem a devida avaliação”, afirma Marcelo Camargo, um dos advogado das vítimas.

Defesa

Já a defesa quer provar através de um laudo médico que o homem não tinha sanidade mental, ou seja, estava fora de si quando cometeu os crimes. “Ele disse que ouviu algumas vozes e que até hoje ele não entende. Vozes que ele sempre ouviu. Ele não divulgava isso, mas sempre ouvia. Vozes de pessoas ou entendidas que diziam algo na cabeça dele e foi o que aconteceu no dia”, relata Fabrício Camargo, advogado de Ricardo.

Promotoria

Na denúncia feita pelo Ministério Público o guarda municipal é apontado como autor de doze crimes. O promotor Ronaldo Costa Braga não acredita que ele é louco. “Ele apenas concretizou as ameaças que ele já vinha fazendo há algum tempo e isso demonstra um conhecimento”, afirma.

Assista à reportagem especial do Cidade Alerta Londrina:

Leia também: