A Record TV obteve com exclusividade o depoimento prestado por Aguinaldo Guilherme Assunção, de 49 anos, assassino confesso da menina Emanuelle Pestana de Castro, de 8 anos, que desapareceu de uma praça em que brincava na última sexta-feira (10) em Chavantes, no interior de São Paulo. (Assista na íntegra abaixo)
A vítima foi encontrada morta na noite desta segunda-feira (13) em uma área de mata, já Aguinaldo tirou sua própria vida ao se enforcar com um lençol, na madrugada desta quarta-feira (15), na cela em que estava detido.
Disse que matou por menina por vingança
Na confissão gravada pela polícia, ele admitiu que cometeu o assassinato para se vingar de Fabiana Pestana, mãe de Emanuelle. “O problema não era com a menina, queria me vingar da mãe dela. Porque a mãe da Emanuelle não gostava que meu moleque brincava com a menina dela, deixava a menina dela brincar com qualquer um, menos com meu moleque”, declarou.
De acordo com o suspeito, ele seguia para a panificadora quando avistou a criança sozinha na praça e foi a própria menina que o convidou para ir buscar mangas. “Uma semana antes, eu, ela, meu sobrinho e enteado fomos buscar manga e ela mentiu que tinha avisado a mãe. [No dia do crime] Ela tava na praça brincando, aí eu passei e ela falou ‘vamo buscar manga’. Eu falei ‘eu vou lá em casa buscar duas sacolas e você espera eu”.

Após combinar de encontrar Emanuelle mais à frente, ele foi para sua residência, onde pegou as sacolas e a faca que usou para matá-la. Na sequência, os dois seguiram com a bicicleta de Aguinaldo até a região de mata que fica em uma fazenda. “Eu peguei as duas sacolas e como tinha sempre limão, manga, eu sempre levava uma faca comigo. E eu levei essa faca junto. Eu não tava pensando ainda de fazer isso com ela”, disse à polícia.
“Ela passou na minha frente, eu já estava com a faca na mão, aí foi no impulso”, confessou.
Já no local, o criminoso mentiu para a vítima e deu o primeiro golpe de faca nas costas da menina. “Chegamos lá, catamos a manga e eu menti pra ela: vamos lá embaixo que tem pé de manga espada. Descemos. Entrei no meio do mato, não tinha pé, ela passou na minha frente, eu já estava com a faca na mão, aí foi no impulso“, revelou Aguinaldo com frieza.
Emanuelle some de praça
As buscas por Emanuelle duraram quatro dias. Aguinaldo passou a ser suspeito do crime, depois que a polícia teve acesso a gravações de câmeras de segurança que mostravam ele seguindo a vítima na rua. A princípio, foi ouvido pela polícia e negou, mas, posteriormente, acabou confessando quando populares cercaram sua residência e por Justiça. “Foram na minha casa porque começou a passar na televisão que eu era o principal suspeito”, contou.
O corpo da criança foi localizado no endereço apontado pelo assassino.
Segundo Roberta Assunção, uma sobrinha de Aguinaldo, a família está chocada com o crime. “Eu me coloco na dor dessa mãe, eu ajudei todos os dias a mulher a procurar a filha dela, daí depois veio a notícia que foi ele que matou ela”, disse em lágrimas.
Quem era o assassino
Aguinaldo era lavrador e, atualmente, estava desempregado. Ele era vizinho da família de Emanuelle e vivia em uma casa com a esposa e o enteado de dez anos. Ele também possuía uma filha de um casamento anterior, a jovem com 21 anos não tinha contato com o pai.

Em 1988, aos 17 anos, ele matou o próprio irmão Roberto, de 23 anos, também a facadas. À época, ele foi preso na rodoviária da cidade enquanto brincava com cachorros, mas menos de dois meses depois foi colocado em liberdade.
De acordo com Roberta, a família não desconfiava do envolvimento do homem na morte de Emanuelle.“Ele tratava bem as crianças, brincava com as da vizinha. A gente não admite isso, mas a gente não tem culpa de nada, ele que tem que pagar”, afirmou antes do tio tirar a própria vida.
Assista ao vídeo:
O depoimento foi colhido nesta terça-feira (14).
*Com informações do R7