
Na data marcada, os sete denunciados pelo assassinato do jogador Daniel serão interrogados e todas as testemunhas ouvidas
O 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, determinou para o dia 18 de fevereiro de 2019, às 13h, a realização da audiência de instrução dos acusados pelo assassinato do jogador Daniel Corrêa.
Na data marcada, e se necessário, nos dias subsequentes, os sete indiciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) serão interrogados. As testemunhas, tanto de defesa como de acusação, também serão ouvidas.
O Ministério Público ofereceu as denúncias no dia 27 de novembro de 2018, que foram recebidas pela 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais no dia 28 de novembro de 2018. Seis deles estão presos preventivamente enquanto a ré Evellyn Brisola responde em liberdade.
Denunciados pela morto do jogador Daniel:
Edison Brittes (38 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e coação no curso do processo;
Cristiana Brittes (35 anos): homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;
Allana Brites (18 anos): coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;
Eduardo da Silva (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
Ygor King (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
David Willian da Silva (18 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;
Evellyn Brisola (19 anos): denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho.

Relembre o caso Daniel
O corpo do jogador Daniel Corrêa Freitas foi localizado no dia 27 de outubro de 2018, na Colônia Mergulhão, na zona rural de São José dos Pinhais, depois que um morador da região viu marcas de sangue no chão em uma estrada e seguiu o rastro até o corpo do jovem. Ele estava vestido apenas com uma camiseta, com sinais de tortura, com o pênis decepado e com cortes profundos no pescoço, a ponto de quase ter sido degolado.
Daniel, que jogou pelo Coritiba em 2017, teria aproveitado o fim de semana para visitar amigos na capital do Paraná e participar da festa de 18 anos de Allana Brittes.
No dia 31 de outubro, quatro dias após o crime, a primeira pessoa envolvida com o assassinato foi presa. Cristiana Brittes foi detida pela polícia enquanto estava a caminho do escritório de um advogado. No dia seguinte, 30 de outubro, Edison Brittes e Alanna Brittes se apresentaram na Delegacia da Polícia Civil em São José dos Pinhais. A polícia chegou até eles depois que uma testemunha-chave contou tudo o que sabia sobre o caso. Essa pessoa esteve na casa onde Daniel foi espancado e de onde foi levado, dentro do porta-malas de um veículo, para o local onde foi morto.

Na sequência foram presos David Willian da Silva, Ygor King e Eduardo Henrique da Silva. Os três agrediram o jogador dentro da residência dos Brittes e auxiliaram no assassinato. Em depoimento, todos afirmaram que não ajudaram a assassinar Daniel, mas que seguiram junto com Edison no veículo até a Colônia Mergulhão.
Durante as investigações, os detalhes dos depoimentos chocaram até os policiais acostumados com crimes: Eduardo revelou que Edison já saiu da casa com a intenção de extirpar o órgão sexual do jogador e que ele começou a cortar o pescoço da vítima logo que chegaram na estrada rural. David também contou detalhes perturbadores, ele admitiu que comprou roupas para Edison trocar as que usava quando assassinou Daniel e que chegou a ouvir o jogador engasgando com o próprio sangue enquanto era degolado.
Edison confessou o assassinato e disse que fez tudo porque Daniel tentou estuprar sua mulher. Para o delegado da Polícia Civil Amadeu Trevisan, que cuidou do caso, a tentativa de estupro nunca aconteceu. “Nós não acreditamos nessa hipótese de estupro. Não tem como provar. Acreditamos apenas que o rapaz tenha deitado ao lado dela [mulher de Edison], tenha tirado fotografia e tenha dito que tinha estuprado apenas para aparecer para os amigos. Enfim, coisa de pessoa imatura apenas. […] Acreditamos que tenha sido um momento de imaturidade de Daniel acompanhado de um gesto desproporcional”, afirmou ainda durante a entrevista ainda durante as investigações. No entanto, Trevisan confirma que a motivação do assassinato de Daniel foi ele ter sido flagrado por Edison, no quarto do casal Brittes, na cama com Cristiana.
Eduardo Purkote Chiurrato foi preso apenas depois que a polícia colheu os depoimentos de todos os suspeitos e testemunhas. Ele acabou detido porque aparece na versão de alguns deles como um dos agressores de Daniel. No entanto, ele acabou solto alguns dias depois e não foi denunciado pelo MP-PR.
Já Evellyn Brisola, 19 anos, que estava na residência dos Brittes no dia do crime e não foi presa em momento algum, acabou acusado pelo MP-PR por denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho.