Começou nesta terça-feira (11) o julgamento do ex-policial penal Jorge Guaranho, acusado de matar o guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, em julho de 2022. No primeiro dia do júri, as quatro testemunhas ouvidas reforçaram que houve motivação política no crime.

A primeira testemunha ouvida foi Pamela Silva, viúva de Marcelo Arruda. Ela citou que a festa de aniversário de 50 anos do marido não tinha conotação de provocação a qualquer adversário político do PT – Arruda era tesoureiro do Partido dos Trabalhadores em Foz do Iguaçu, tendo apenas intenção de homenagear o aniversariante.
Pamela ainda citou que Guaranho não foi convidado ao evento e quando ele chegou ao local foi avisado que era uma festa familiar. O homem teria voltado ao carro, pego uma arma e efetuada os disparos contra Arruda.
A viúva de Arruda ainda citou os impactos provocados pelo atentado. Na época, o filho do casal, Pedro, tinha pouco mais de um mês de vida.
“O bebê não sabe o que é pai, o que é falar a palavra pai, ele não teve essa oportunidade de conhecer o Marcelo. Ele sabe quem é o Marcelo, eu coloquei várias fotos do Marcelo pela casa para que ele conhecesse quem é o pai dele. Eu não consegui viver essa coisa de mãe. Não pude dar isso para o Pedro, porque eu estava em um estado emocional muito delicado.”, diz
Após Pamela, o vigilante Daniele Lima dos Santos, que esteve próximo ao local no momento do crime, foi convocado para depor e citou que ouviu Guaranho dizer “aqui é Bolsonaro, porr*”, antes de ouvir os disparos.
O vigilante ainda citou que em todos os momentos que viu Guaranho no dia do crime ele parecia estar alterado.
Já a terceira testemunha foi a perita criminal Denise de Oliveira Carneiro Berejuk, contratada pela equipe de defesa.
A perita citou que pelas imagens das câmeras de segurança é possível afirmar que Arruda apenas revidou os disparos quando já estava baleado no chão.
A última testemunha ouvida no primeiro dia de júri foi Wolfgang Vaz Neitzel, amigo de Arruda e e que estava presente na festa.
Van Neitzel disse que Guaranho ameaçou diversas pessoas presentes na festa e que por isso pediu que a namorada deixasse o local. Durante a festa, a mulher cuidou do filho de Pamela e Arruda.
A testemunha ainda apontou que disse para Arruda se precaver e pegar a arma e que após os disparos contra o guarda municipal, diversas pessoas – incluindo Van Neitzel, agrediram Guaranhos.
Inclusive, Van Neitzel responde processo na Justiça por ter agredido Guaranhos. O atirador foi ferido por Arruda e estava no chão quando foi agredido por algumas pessoas presentes na festa.
O julgamento será retomado nesta quarta-feira (12), com o primeiro testemunho sendo de Edemir Alexandre Riquelme Gonsalves, também amigo de Arruda e presente na festa.
Relembre o caso de Jorge Guaranho e Marcelo Arruda
Em 9 de julho de 2022, durante as comemorações do seu 50º aniversário, o guarda municipal Marcelo Arruda foi morto a tiros em sua própria festa, que tinha como tema um dos candidatos às eleições presidenciais daquele ano.
O acusado, o policial penal Jorge Guaranho, teria invadido o evento sem ser convidado, resultando em uma discussão que terminou em tragédia.
Marcelo, além de trabalhar na segurança pública, era tesoureiro municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi candidato ao cargo de vice-prefeito de Foz do Iguaçu nas eleições de 2020.
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