A esposa de Miguel Ângelo Duarte, homem que confessou ter matado a jovem Layane, prestou um novo depoimento na Delegacia da Mulher e do Adolescente, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Nesta terça-feira (28), a mulher levou a equipe de investigação um celular contendo conversas do marido com um outro suspeito.
“Não, não tive nenhuma participação. Só fiquei sabendo da morte da Layane na segunda-feira a noite. Eu não fui no velório, fiquei na segunda para a terça-feira esperando ele (Miguel) e eu não saí de casa”, contou a esposa.
Mulher revela sonho do marido com corpo em chamas
Após prestar um novo depoimento, a esposa de Miguel conversou com o repórter Nader Khalil. Assim como uma outra testemunha e a mãe de Layane, a mulher do assassino confesso acredita que o homem não agiu sozinho. “Falava que não tinha amigos. Tinha privacidade até demais. Ele está protegendo alguém. Se ele sair aqui fora a pessoa pode fazer algo com ele, então ele só quer proteção”, contou.
Segundo a mulher, no dia seguinte ao crime, no domingo, o marido ficou em casa e passou o tempo todo bastante quieto. A esposa também revelou que uma semana antes de tudo acontecer, Miguel teve um sonho que estava queimando uma pessoa.
“Ele falou que tinha sonhado, no caso do sonho era eu, que eu tinha colocado fogo em meu corpo e eu falava que a culpa era dele. Só que na verdade não era ele o culpado. Eu achei que era uma coisa tola, jamais imaginava que iria acontecer isso”, revelou a mulher.
A esposa de Miguel ainda revelou que está vivendo um pesadelo após a prisão do marido. “Pra gente é um pesadelo, eu sei que a família da Layane está sofrendo, mas a gente está sofrendo junto. Ele nunca tentou me bater, nunca tentou fazer nada comigo. Não consigo acreditar que ele tenha feito isso com uma pessoa”, lamentou.
Confira mais detalhes:
O crime
A jovem não foi mais vista desde a noite de sábado (18) e seu corpo foi localizado no início da manhã de segunda-feira (20). em uma área de mata no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba.
Segundo a Polícia Militar, quando foi encontrada, Layane vestia apenas um sutiã, apresentava várias queimaduras, principalmente na barriga e nos braços e tinha a vários ferimentos na cabeça. “As roupas estavam longe do corpo, tinha um óculos de grau de cor rosa, uma corrente também e o corpo estava seminu, a uma distância de mais ou menos uns 10 metros do local onde estavam essas roupas”, contou o tenente Reginaldo Cason, da Polícia Militar.

A Polícia Civil chegou até Miguel depois que teve acesso a mensagens trocadas por ele e a vítima em uma rede social. Na conversa, os dois marcavam de se encontrar, entre o fim da noite de sábado e início da madrugada de domingo (19), nas proximidades da área de mata onde o corpo foi localizado.