Wagner Luciano Clementino amigo do suspeito de estuprar e matar a bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, de 25 anos, conversou com a RIC Record TV nesta sexta-feira (6) e deu detalhes sobre o dia do crime, 25 de janeiro deste ano. (Assista entrevista abaixo)
Ele é considerada a testemunha mais importante das investigações. No dia em que a jovem desapareceu, ele estava na cachoeira em Mandaguari, no noroeste do Paraná, junto com Flávio Campana, de 40 anos, que está preso.
Clementino, conhecido como Dodô, participou da reconstituição do crime junto Campana, representantes do Ministério Público do Paraná (MP), da Polícia Civil e do Instituto de Criminalística também nesta sexta. No local, ele ajudou a esclarecer detalhes pontuais sobre o que aconteceu naquela tarde. “São algumas dúvidas simples, ele explicar aonde que ele esteve, aonde que ele se encontrou com a vítima”, explica o delegado Zoroastro Neri do Prado.
De acordo com o jovem, ele foi de carona com Campana até a cachoeira, no entanto, em determinado momento, o suspeito falou para ele ir embora sem ele.
“Ele falou vai subindo aí que já te alcanço, daí, eu arrumei uma carona de moto. Ele ficou no sábado sozinho, era umas 5h30, 6h, daí ele ficou e eu arrumei uma carona. Aí, depois eu cheguei a encontrar ele e a gente deu uma volta junto e ele falou ‘Não foi você matou a mina lá não? Eu falei ‘tá loco’, fiquei até bravo com ele”, explica Clementino.
A testemunha também contou que conhece o suspeito há anos e nunca desconfiou que ele pudesse estuprar e assassinar alguém.
“Ele aparentava ser tranquilo, mas depois de uma atrocidade dessas tá loco, não tem nem como. Eu não esperava isso dele”, declara.
Indagado sobre o fato dos dois terem visto ou não Magó na cachoeira, Clementino confirma que tanto ele como Campana viram a bailarina, mas informa que nenhum deles chegou a falar com a vítima.
Assista à entrevista:
O crime
Mágó foi encontrada morta, no dia 26 de janeiro, em uma área de mata a cerca de 10 metros de uma trilha nas proximidades da cachoeira que fica na chácara. Ela estava com a própria calcinha enrolada no pescoço e apresentava sinais de violência sexual.
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) comprou que a jovem foi abusada sexualmente e morta por por asfixia, causada por estrangulamento com a peça íntima, que foi usada como uma espécie de torniquete. O horário de falecimento ficou estabelecido entre às 5h e 6h da manhã de domingo. Ela também estava com vários ferimentos pelo corpo o que aponta que lutou contra o agressor.
Flávio Campana
Flávio Campana foi preso 33 dias após o crime, no dia 28 de fevereiro, em Apucarana, na mesma região do Estado, depois que exames comprovaram que o material genético encontrado no corpo de Magó coincide com seu DNA.
Ele foi tratado como um dos principais suspeitos desde o início das investigações, quando apareceu junto com Clementino em fotografias fornecidas por socorristas que estavam na cachoeira no dia crime.
No início de fevereiro, ambos prestaram depoimento e tiveram seus materiais genéticos coletados para comparação com o sêmen encontrado na vítima. Quando conversava com os policiais, Clementino contou que ambos foram juntos para a cachoeira, mas que o amigo acabou ficando sozinho.
Na ocasião da prisão, o delegado Zoroastro ressaltou que no dia em que prestou depoimento, Flávio apresentava várias pelo corpo, que eram indícios de luta corporal, inclusive, uma delas se assemelhava a uma mordida.
“Durante o depoimento dele a gente percebeu essas lesões. Ele falou que eram em decorrência do trabalho dele, mas são lesões que nos chamaram a atenção porque eram compatíveis com unha, com a defesa em forma linear”’, disse o policial.
Um vídeo no qual ele aparece, por volta das 18h, do dia 25 de janeiro, deixando a cachoeira com o pneu de sua motocicleta furado também foi anexado ao inquérito e usado como prova.

Suspeito nega crime
Após ser preso, mesmo diante das provas, Flávio negou que estuprou a bailarina, declarou que fez sexo consentido com ela e permanece afirmando não ser responsável pelo assassinato.
Outro ponto que contraria a versão do suspeito é o fato de ele já ter sido condenado por estupro em 1998 no município de Rio Bom, também no noroeste do Paraná. À época, ele também declarou que a vítima consentiu a relação sexual.
Ainda conforme a polícia, o suspeito possui várias passagens na polícia por agressão as mulheres.