
A mulher morreu depois de cair do quarto andar do prédio onde morava; a polícia suspeitou de feminicídio, a defesa alega que ela tirou a própria a vida
Olga Aparecida dos Santos, de 51 anos, foi encontrada morta na entrada da garagem do prédio onde vivia em Londrina, no norte do Paraná, na tarde de 24 de junho de 2018. Ela teria caído da janela do apartamento onde que morava, no quarto andar. No entanto, um mês após sua morte, a polícia ainda não sabe se o caso se trara de um feminicídio ou se ela tirou a própria vida.
Morte da mulher após cair do prédio em Londrina

Prédio onde Olga vivia. (Foto: Reprodução/RICTV)
No tarde da morte de Olga, junto com ela no apartamento estavam: seu marido Luiz Reis Garcia, de 65 anos, seu cunhado Amauri Luiz Garcia, de 73 anos, sua cunhada Antonia Helena Garcia, de 59 anos, e um sobrinho Cleverton Luiz Garcia, de 38 anos.
De acordo com a polícia, vizinhos relataram que teria ocorrido uma briga entre o casal e os familiares foram até o local para tentar acalmar os ânimos.
Na ocasião, todos foram presos em flagrante para prestar esclarecimentos, mas foram soltos após a realização de uma audiência de custódia no dia 26 de junho. Apenas o marido da vítima teve a prisão domiciliar decretada, além de ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica e ficar proibido de se aproximar do local onde mora até que as investigações sobre o caso sejam concluídas.
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Investigações sobre o caso de Olga
A delegada da Delegacia da Mulher de Londrina, Geanne Thimóteo, abriu um inquérito para investigar o suposto crime de feminicídio e também de fraude processual, já que o apartamento onde tudo aconteceu, teria sido limpo antes da chegada dos peritos.
Durante o depoimento, todos eles negaram a participação na morte de Olga. O marido chegou a admitir que discutiu com a mulher, mas disse não ter jogado ou empurrado ela pela janela, assim como não ter esfaqueado a esposa.
Laudo do Instituto Médico Legal (IML)
O laudo apresentado pelo Instituto Médico Legal (IML) revelou que a morte de Olga foi causada pela queda do quarto andar, porém o documento também apontou sete ferimentos espalhados pelo corpo e possivelmente feitos por uma faca no corpo da vítima. Lesões não compatíveis com uma cirurgia de redução no estômago que ela teria sido submetida dias antes de morrer. “A vítima apresenta sete feridas incisas, sendo que uma delas teve perfuração de um órgão interno e eram feridas incisas, sangrantes, abertas e com sinais de recenticidade, distintas das cirurgia bariátrica, que também foi constatada no laudo”, disse a delegada Thimóteo.
Dez dias após a morte, a delegada deu outra versão, afirmando que os ferimentos tinham outra motivação. “Provavelmente, por conta da queda, essa incisões se abriram e sangraram, mas isso também foi formulado para que o perito possa esclarecer”, afirmou ela na ocasião.
Exumação do corpo de Olga
Quatro dias depois da morte da vítima, o Ministério Público solicitou a exumação do corpo porque existiam indícios de que Olga teria sido intoxicada com medicamentos. Apesar o procedimento ter sido criticado pela defesa dos suspeitos, a delegada responsável pelas investigações disse que os exames poderiam ajudar a esclarecer algumas dúvidas sobre o caso. “Nós tivemos a notícia, trazida pelos familiares, de que a vítima costumava ministrar e possivelmente ser ministrada em medicamentos sem prescrição médica”, disse Geanne na época.
Defesa dos suspeitos
Os advogados de defesa Marcelo Gaya e Carlos Lamerato defendem que Olga tirou a própria vida. Segundo eles, os quatro suspeitos estão passando por momentos difíceis. “A vida deles mudou, a rotina. A família tenta levar a vida normalmente, mas foi uma tragédia e não tem como esquecer, eles foram taxados de homicidas, de terem cometido um feminicídio. Pessoas de índole, de conduta ilibada, sem uma mácula em toda a sua vida. Eles estão tentando seguir as suas vidas”, disse Gaya à equipe de reportagem da RICTV | Record PR.
“É momento sim, de nós chegarmos a uma conclusão justa e buscarmos uma conclusão que seja condizente com o que de fato aconteceu e nós temos plena convicção de que foi uma tragédia, uma fatalidade”, concluiu Lamerato.
Em nota, eles criticaram a demora no esclarecimento do caso.
Assista à reportagem completa sobre a mulher que caiu do prédio em Londrina:
O Balanço Geral Londrina preparou uma matéria especial sobre o caso.
*Com informações de Sérgio Ribeiro, repórter da RICTV Londrina
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