O comediante Marcelo Alves do Santos se apresentou na delegacia da Polícia Civil do Paraná (PCPR) nesta segunda-feira (9), em Curitiba. Ele confessou o assassinato de Raíssa Suellen Ferreira, de 23 anos, jovem que estava desaparecida após ser atraída por uma emboscada

Comediante confessa assassinato de Raíssa e diz onde escondeu o corpo
Marcelo Santos disse que estrangulou a jovem na própria casa (Foto: arquivo / RICtv)

Conforme a delegada Aline Manzatto, da PCPR, o humorista disse que estrangulou Raíssa com um objeto conhecido como “enforca gato”. Além disso, ele teria dito que cometeu o crime após ser “xingado” pela jovem depois de se declarar para ela. 

“Ele matou a Raíssa estrangulada. Era um instrumento de trabalho dele que estava próximo. Ele a buscou no bairro Portão e a levou até a casa dele. Atraiu a jovem até e a levou para almoçar e para a casa dele, onde tinha intenção de se declarar para ela. Os dois se conheciam há muitos anos. Ele inclusive chegou a treiná-la em Kung Fuu”, disse a delegada.

Segundo Manzzato, o comediante contou que se apaixonou pela jovem desaparecida e que chegou a mandar dinheiro para ela. Do mesmo modo, relatou que a convidou para se mudar para Curitiba pois tinha uma oportunidade de emprego.  

“Ele disse que mandava dinheiro para Raíssa comer, ir a shows e alguma coisa de entretenimento. Ele alegou que pensou que ela também estava apaixonada por ele. A motivação seria que ele se declarou e ela teria ficado explosiva e passou a xingá-lo. Isso despertou uma ira nele e estrangulou a vítima. Depois disso, ele alega que a deixou em outro cômodo da casa e quando voltou a jovem estava morta. Essa é a sua versão”, concluiu a delegada. 

Depois do crime, o comediante disse que a enrolou em uma lona. Em seguida, Marcelo diz que chamou o filho e o rapaz entrou em desespero. O humorista disse que o filho tentou convencê-lo a se entregar, mas ele teve a ideia de colocar o corpo da Raíssa em Araucária. 

Para a delegada, o comediante confessou que deixou o corpo em uma área de mata, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Quem era Raíssa: jovem desaparecida após pegar carona com comediante

De acordo com as informações apuradas pela repórter Beatriz Frehner da RICtv, a Raissa veio para a capital paranaense com a ajuda de um comediante que a família conhecia lá da Bahia. Ele teria levado a menina para morar em sua casa no bairro Ganchinho. A jovem ficou um tempo no local, mas a menina resolveu sair e procurar um novo lar. 

Além disso, a reportagem apurou com pessoas próximas a menina que houve desentendimentos e ciúmes por parte da namorada do filho do comediante. Raissa conseguiu alugar um novo apartamento e foi morar com algumas amigas. 

As amigas alegaram que a Raissa recebeu uma proposta para trabalhar em Sorocaba (SP). Para as amigas, a jovem confessou que a proposta foi feita pelo mesmo humorista com quem ela morou em Curitiba.

Qual a relação do comediante com a jovem? 

Assim como Raissa Suellen, o humorista também é de Pedro Afonso (BA) mas estava na capital do Paraná há pelo menos 10 anos. Para a jovem, o comediante era um homem confiável. 

Para a família, o homem alegou que a jovem acabou desistindo da viagem. Já o filho apresentou uma versão diferente do caso. 

“O filho dele respondeu e disse que o pai dele alegou que a Raissa pediu uma carona até São Paulo, já que ele tinha um evento. Ele ia dar essa carona, mas ele acabou indo para a casa dele e a Raissa desistiu de ir para São Paulo. Nisso, a minha irmã teria perguntado se ele podia abrigar-la, mas ele falou que não porque já teve problemas antes. Então a Raissa teria chamado um motorista de aplicativo e não teve mais notícias”, relatou a irmã da garota. 

Além disso, a irmã da jovem desaparecida ao sair para um novo emprego falou que o humorista falou que a menina deixou as coisas no apartamento e que já retornava. 

“Ele disse que ela ficou no apartamento e que ele saiu para viajar. São versões diferentes e nós ficamos sem entender”, completou a irmã. 

O que diz a defesa do comediante?

Conforme o advogado Caio Percival, que defende Marcelo, o caso foi um crime passional e que o cliente vai mostrar onde o corpo foi enterrado. 

“Estamos falando de uma tragédia para as duas famílias. Estamos falando de um crime passional e acima de tudo de uma alta defesa. Ele quis vir e colaborar com as investigações. Além disso, vai apontar onde enterrou o corpo para dar a essa família a chance de um enterro digno”, disse o advogado. 

Percival disse também que espera uma diminuição de pena, já que Marcelo confessou o crime e falou que a motivação foi “uma provocação injusta da Raíssa”. 

“Nada disso justifica, mas o código penal prevê uma redução de pena em casos de injusta provocação da vítima independente da estatura, gênero e cor haver um domínio de violenta emoção. Essa emoção que leva a uma redução de pena. Estamos aqui para colaborar com as investigações e ele quer responder dentro do limite da legalidade”, concluiu.

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.