Curitiba - Dhony de Assis, filho do comediante acusado de assassinar a miss Raíssa Suellen, sugeriu em depoimento à Polícia Civil do Paraná (PCPR) que o pai possa ter premeditado a morte da jovem.

Marcelo, Raíssa e Dhony: caso da morte miss pode ter sido premeditado, diz filho do comediante
Dhony ainda deu detalhes de como o corpo da vítima foi enterrado. (Foto: Reprodução)

“Eu acho que ele queria, como era obsessão, se declarar para ela, atrair ela, para pode fazer isso. As amigas dela viam ele saindo de carro com ela. Ou ele estava cego de verdade para não pensar nas consequências. Isso me levou a pensar que as provas levam para isso (ser algo planejado)”, explicou Dhony.

Dhony ainda admitiu que levou o pai para o local em que Raíssa Suellen foi enterrada, mas negou que tenha participado desse processo. “Sozinho meu pai tirou o corpo da Raíssa do carro. Eu não toquei em nenhuma ferramenta, não fiz nada. Tanto que meu pai achou que eu tinha deixado ele”, complementou.

O filho do comediante também acusou o pai de “ter mentido” para ele e que ajudou Marcelo a ocultar o corpo por “não saber como agir”.

“Eu pensei que meu pai jogava limpo com isso. Eu não consegui entregar meu pai. Minha cabeça, eu não sabia o que estava fazendo. Hoje, olhando para isso, vejo que ele mentiu para mim também. Eu estava desnorteado”, complementou.

Filho conta que convenceu pai a se entregar após assassinar Raíssa Suellen

Ainda durante o depoimento à Polícia Civil, Dhony relatou que convenceu o pai a sair de São Paulo e voltar para Curitiba se entregar.

“Ele foi em São Paulo duas vezes. Ele tinha vontade de tirar a própria vida. Aí eu falei com ele, você já acabou com a vida da Raíssa, aí ia cair a culpa toda em mim”, relembrou.

Questionado sobre um aparelho celular do pai, supostamente com provas de conversas de Marcelo com Raíssa Suellen, Dhony admitiu que o smartphone foi vendido, mas negou que essa venda – uma semana após a morte de Raíssa Suellen, esteja relacionada com o crime.

“Esse celular eu vendi, porque ele descarregava rápido. E ele estava cheio de conta. Ele usava mais o Android, que ele carregava mais. Depois dos fatos as contas pesaram mais, as duas motos para pagar”, finalizou.

Anteriormente, a ex-nora do comediante havia relatado que esse aparelho celular era utilizado exclusivamente para uso pessoal por Marcelo. “Ele tem um Samsung e um iPhone 14 normal. O Samsung é só para trabalho e o iPhone é pessoal dele”, contou a mulher.

Dhony não precisará utilizar tornozeleira eletrônica após decisão da Justiça

Humorista Marcelo Alves em depoimento e Raíssa ao lado em lugar de mata
Ex-nora disse que o humorista contou detalhes da morte da miss. (Foto: reprodução e redes sociais)

Decisão da 2ª Vara Privativa do Tribunal do Júri da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) recusou pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que exigia que Dhony uyilizasse tornozeleira eletrônica.

A decisão ainda negou que o filho do comediante ficasse proibido de contatar testemunhas e familiares de Raíssa Suellen, além de ser proibido de deixar Curitiba durante o processo.

Dessa forma, Dhony poderá responder ao processo em liberdade. Ele é acusado pelos crimes de fraude processual e ocultação de cadáver.

Já Marcelo segue preso e deve responder pelos delitos de feminicídio, fraude processual e ocultação de cadáver.

Caso Raíssa Suellen: confira a linha do tempo da morte da miss

Imagem de Raíssa Suellen.
O humorista confessou que atraiu Raíssa até sua casa com a promessa de um emprego (Foto: reprodução / redes sociais)

De acordo com as informações apuradas pela repórter Beatriz Frehner da RICtv, Raissa da Bahia veio para Curitiba com a ajuda de Marcelo. Ele teria levado a menina para morar em sua casa no bairro Ganchinho. A jovem ficou um tempo no local, mas a menina resolveu sair e procurar um novo lar. 

Além disso, a reportagem apurou com pessoas próximas à menina que houve desentendimentos e ciúmes por parte da namorada do filho do comediante. Raissa conseguiu alugar um novo apartamento e foi morar com algumas amigas. 

As amigas alegaram que a Raissa recebeu uma proposta para trabalhar em Sorocaba, no interior de São Paulo. Para as amigas, a jovem confessou que a proposta foi feita por Marcelo.

Assim como Raissa Suellen, o humorista também é de Pedro Afonso (BA), mas estava na capital do Paraná há pelo menos 10 anos. Para a jovem, o comediante era um homem confiável. 

Segundo a Polícia Civil, a localização do corpo só foi possível após o próprio investigado indicar o local onde havia enterrado a vítima. Ele compareceu espontaneamente à delegacia, acompanhado do advogado Caio Percival, que afirmou, em entrevista ao Balanço Geral Curitiba, da RICtv, que seu cliente quis colaborar com as investigações.

Conforme a delegada Aline Manzatto, da PCPR, o humorista disse que estrangulou Raíssa com um objeto conhecido como “enforca gato”. Depois disso, ele enrolou o corpo da moça em uma lona e ligou para o filho.

O comediante ainda disse que o rapaz ficou desesperado, tentando convencer o pai a se entregar. Posteriormente, o humorista colocou o corpo de Raíssa no carro e o teria deixado em algum lugar em Araucária. 

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.