A morte da advogada Tatiane Spitzner completou um ano dia 22 de julho e as incertezas sobre o crime continuam.

Quando caiu do 4 º andar de um prédio de Guarapuava, no centro-sul do Paraná, a vítima estava com o marido – a princípio, único suspeito pelo crime – Luis Felipe Manvailer.

Advogada Tatiane Spitzner foi morta pelo marido?

A suspeita do crime recaí sobre o marido, após a polícia recolher uma série de documentos e testemunhos.

Uma moradora do prédio relatou que escutou diversos pedidos de socorro durante a madrugada.

“Por volta das três horas da manhã eu acordei com pedido de socorro, um grito…vários consecutivos de socorro. Eram gritos femininos.”

Outra testemunha, contou na época do crime, por telefone, que viu Luis Felipe Manvailer recolher o corpo de Tatiane Spitzner.

“Da onde eu tava, lá de cima, não dava para ver o corpo dela, porque ela caiu do lado do meu carro. Nisso, eu vi que Luis Felipe saiu chorando de lá… não sei o que foi fazer. E eu desci correndo. Foi aí que eu chamei o bombeiro. O bombeiro não atendeu e aí eu falei para ele [Manvailer]: ‘Deixa aí que eu tô chamando o bombeiro’. Ele me olhou e disse: ‘não adianta, ela já está morta'”.

Vídeos registram Manvailer agredindo Tatiana Spitzner e limpando os rastros sangue

Um vídeo mostra Manvailer agredindo a advogada Tatiane Spitzner no carro e elevador.

Em seguida, imagens de câmera de segurança registram o acusado limpando rastros de sangue no elevador. Assista!

Luis Felipe Manvailer nega ter matado esposa

Em depoimento, Manvalier afirmou que sempre falou a verdade.

“Eu não matei minha esposa. Tanto que uma testemunha ouvida ontem, no Espírito Santo, afirmou que ouviu minha esposa gritando durante a queda”, disse Manvailer a juíza durante interrogatório em março deste ano.

Porém, quando foi questionado a respeito da queda da advogada, Luis Felipe preferiu não comentar sobre os fatos, tão menos quanto os momentos que os antecederam. 

O professor de biologia é acusado pelos crimes de homicídio qualificado com quatro agravantes:

  • Por ser cometido por motivo fútil;
  • Dificultar a defesa da vítima que era mais fraca;
  • Por ser um crime contra a mulher;
  • E por caracterizar violência doméstica e familiar.

Além dos crimes de fraude processual porque removeu o corpo de Tatiane Spitzner depois de morta e limpou o sangue do elevador e cárcere privado, por impedir que a esposa se afastasse dele durante a briga.

A defesa de Luis Felipe sustenta a versão de suicídio, alegando que a própria vítima se jogou do 4º andar do prédio.

Advogada morreu esganada e não pela queda

A advogada paranaense Tatiane Spitzner foi morta por asfixia mecânica, provocada por esganadura e com sinais de crueldade, segundo laudo divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava.

Um laudo divulgado pelo Ministério Público (MP-PR), feito pelo Instituto de Criminalística, já apontava que a vítima apresentava um ferimento no osso hioide, típico de quando ocorre asfixia ou estrangulamento.

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A advogada foi encontrada morta após ser jogada do quarto andar (Foto: Reprodução Tatiane Spitzner Facebook)

Casal vivia um relacionamento abusivo

De acordo com um dos depoimentos, Tatiane já havia relatado que o marido estava tomando anabolizantes e que demostrava certa agressividade após o início da medicação.

O mesmo testemunho expôs um fato que aconteceu na época em que o casal morava na Alemanha. No episódio, Luis rasgou uma roupa da esposa, depois que mexeram com ela na rua.

Essa pessoa também presenciou o início do desentendimento sobre as mensagens no celular de Luis, na noite do dia 21 de julho.

Situação que ocasionou na discussão posterior e na morte de Tatiane Spitzner já na madrugada do dia 22 de julho.

A vítima também teria relatado à declarante como ele a diminuía, humilhava, inventava apelidos vexatórios e, muitas vezes, dizia ter nojo e ódio dela.

Para finalizar o depoimento, a testemunha contou que o acusado havia proibido a advogada de contratar alguém para ajudá-la nas tarefas domésticas ao mesmo tempo que não ajudava e a obrigava a fazer todos os trabalhos da casa sozinha.

Acusado deve ir a júri popular

O futuro de Luis Felipe Manvailer será decidido no Tribunal do Júri, de Guarapuava. O MP-PR e a família acreditam que o professor foi o responsável pela morte da advogada.

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Laudo confirmou lesão no pescoço de Tatiane. (Foto: Divulgação)

Dia de Combate ao Feminicídio no Paraná

Uma lei estadual, sancionada pelo atual governador do Paraná, tornou a data de morte da advogada no Dia de Combate ao Feminicídio no Paraná.

Por isso, no dia 22 de julho, várias cidades do Paraná realizaram atos em homenagem a Tatiane Spitzner e para chamar atenção para os casos de feminicídio que ocorrem todos os dias. 

Confira o vídeo sobre o Dia de Combate ao Feminicídio!