Após seis anos, o Caso Tayná Colombo, sobre a jovem que foi encontrada morta dentro de um poço na Região Metropolitana de Curitiba, continua sem solução. Agora, o delegado Rodney Pereira, que chegou a ser preso acusado de tortura, resolveu conversar com exclusividade com a equipe da RIC Record TV sobre o assunto. (Assista abaixo na íntegra)
Quem matou Tayná?
Para ele, os culpados pela morte de Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, são os funcionários de um parque de diversões que chegaram a ser presos pelo crime:
- Sérgio Amorin da Silva, 21 anos;
- Paulo Henrique Cunha, 24 anos;
- Adriano Batista, de 23 anos;
- Ezequiel Batista, de 21 anos.

Todos eles já foram presos, mas, posteriormente, soltos e inclusos no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita). Hoje em dia, embora tenham saído do programa, seus paradeiro continuam desconhecidos. Com exceção de Sérgio – apontado como mentor do crime – que estaria vivendo com uma enfermeira 30 anos mais velha.
Entrevista com o delegado responsável pelo Caso Tayná Colombo
Rodney Pereira foi o delegado que conduziu as investigações em 2013. Posteriormente, ele foi condenado por torturar os quatro suspeitos para que eles confessassem o assassinato. Ele nega que tenha usado de violência contra os jovens e continua afirmando que eles são os verdadeiros assassinos de Tayná.
“Quem matou Tayná foram os quatro meninos que eu prendi em flagrante na Delegacia do Alto Maracanã. São eles que deveriam estar respondendo ao processo e eu não sei porque até hoje não foram denunciados. Já fazem seis anos. Se não foram esses caras, me apresente, então, quem foi”, declarou. Além disso, Pereira permanece afirmando que a jovem foi estuprada por duas vezes antes de ser morta.
Do mesmo modo, a família da jovem também acredita que os responsáveis são os suspeitos que hoje são consideradores inocentes. “Eu sei que eles mataram minha irmã e eu sei da forma que foi, como foi. Porque eles contaram com detalhes como mataram ela”, declarou Márcia Silva, irmã de Tayná.
Briga Política teria determinado os acontecimentos
Pereira ainda acredita que uma briga política entre o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e o secretário de Segurança Pública do Paraná, da época, Cid Vasques também atrapalhou na conclusão das investigações.“Eles queriam derrubar o Cid Vasques. Esse Caso Tayná foi usado justamente para derrubar o Cid Vasques. É claro que é uma briga política”, disse.
Relembre o Caso Tayná Colombo
- Tayná desaparece no dia 25 de junho de 2013;
- Uma câmera de segurança registrou a última imagem de Tayná viva, ela desce a rua a caminho de casa;
- No dia 28, o corpo de Tayná é encontrado dentro de um poço em um terreno baldio próximo a um parque de diversões. Ela apresentava um ferimento na cabeça e estava com um cadarço amarrado no pescoço;
- Quatro funcionários do parque são apontados como suspeitos pelo crime;
- Após alguns dias, eles confessam que estupraram e mataram Tayná. Além disso, durante a reconstituição do crime, eles dão detalhes de como tudo aconteceu;
- A Polícia Civil conclui o inquérito e aponta os quatro como culpados;
- Reviravolta: o Ministério Público do Paraná (MP-PR) anula os depoimentos do Caso Tayná porque os funcionários do parque teriam confessado o crime sob tortura;
- A perícia informou que os vestígios de sêmen encontrados na garota não correspondia com nenhum dos funcionários do parque;
- Perita nega estupro. “Ela estava com as vestes ordenadamente alinhadas no corpo. O que é incompatível com violência tanto física, no sentido de embate corporal, quanto de violência sexual. Ela foi morta por asfixia através do cadarço do tênis”, declarou uma perita na época;
- suspeitos são soltos e incluídos no programa de proteção a testemunhas;
- delegado Rodney Pereira, que conduziu as investigações, é condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por torturar os quatros suspeitos do Caso Tayna. Também foram condenados o investigador Jair Paulino da Silva, a 15 anos de prisão, e o chefe da investigação Rudis Eloi Pratto, condenado a 9 anos e 4 meses de prisão.
Atualmente, o processo continua no Ministério Público do Paraná (MP-PR) e permanece em segredo de Justiça. O que se sabe, é que o MP-PR solicitou novas diligências à polícia. Mas até o momento, não houve a denúncia e nem o arquivamento do caso.
Assista à entrevista:
Rodney Pereira conversou com a equipe da RIC Record TV.