
“O sentimento que dá na gente é de revolta porque se ele tivesse sido enquadrado pela Lei há 11 anos atrás, poderia ser que hoje a Gisele estivesse viva”
*Com informações do Umuarama News
Paulo César Andrade do Nascimento, 33 anos, cobrador de ônibus, preso nesta terça-feira (5) acusado de estuprar e matar a jovem Gisele Luzia Aparecida de Lima, 25 anos, em Nova Olímpia, no noroeste do Paraná, já tinha um histórico de perseguição a outras mulheres. Na prisão, ele confessou o assassinato e indicou onde escondeu o corpo da jovem.
Segundo informações, cerca de 11 anos atrás Paulo viveu em uma cidade do Rio Grande do Sul, próxima da divisa com o Paraná e a 80 km de distância de Umuarama. Lá, ele já era conhecido como o ‘maníaco da moto’ por perseguir e atacar mulheres e adolescentes.
Ataque
Umas das vítimas que não quis se identificar contou em detalhes como foi atacada quando tinha apenas 15 anos. “Ele me perseguiu. Eu estava indo embora sozinha de madrugada e percebi que ele vinha atrás de mim, mas fiquei com medo de correr e ele me alcançar. Então, eu decidi andar mais rápido, mas ele me alcançou na esquina da minha casa. Ele me pegou pelo ombro, me jogou no chão, me chutou e eu comecei a gritar muito. Graças a Deus, o meu pai ouviu meus gritos, levantou e acendeu a luz de fora. Quanto ele viu a luz acesa, ele correu e foi embora”, disse a mulher que hoje está com 26 anos. Ela reconheceu o agressor no dia seguinte, pois ele passou pela rua usando ainda a mesma roupa que vestia durante o ataque. Na ocasião, a jovem e seu pai foram até a delegacia e fizeram um Boletim de Ocorrência (B.O.) e um Exame de Corpo Delito.
A vítima ainda conta que via o homem todos os dias quando ele passavam em frente ao seu trabalho. “Eu tinha muito medo, na verdade pavor”, diz. Na época, Paulo chegou a ser intimado e depois de uma conversa no Fórum, foi condenado a pagar algumas cestas básicas. Recentemente, ele chegou a adicioná-la em uma rede social, mas ela não aceitou a amizade.
Revolta
“O sentimento que dá na gente é de revolta porque se ele tivesse sido enquadrado pela Lei há 11 anos atrás, poderia ser que hoje a Gisele estivesse viva”.
Existem relatos de outras mulheres que também teriam sido perseguidas pelo cobrador de ônibus. Em uma das vezes, ele estaria de moto e abordou uma mulher sozinha em um carro. Para fazê-la parar o veículo, chegou a chutar a lataria. Mas com medo, ela acelerou e fugiu. O B.O. teria sido registrado em outra cidade.
Câmeras de segurança flagraram os últimos momentos de vida de Gisele, antes de entrar no carro do assassino. (Imagens: Umuarama News):
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