Comandante da PMPR faz discurso emocionante durante homenagem ao cabo Ricieri: “Nos ajudem”
A manhã deste domingo (24) foi marcada por homenagens da corporação ao cabo Ricieri Chagas, que era lotado no 16º Batalhão da Polícia Militar, em Guarapuava, na região centro-sul do estado. A morte do militar foi confirmada neste sábado (24) e um ato foi convocado em todos os batalhões do Paraná.
A Polícia Militar do Paraná (PMPR) confirmou a morte de Ricieri na manhã deste sábado. De acordo com a nota, o agente, que estava internado desde o dia 17 de abril, quando criminosos tentaram um mega-assalto a uma empresa, teve a morte cerebral confirmada. O agente foi baleado no rosto e passou por cirurgias durante a semana. Um outro policial também foi baleado na ocorrência, porém, já recebeu alta.
Homenagens pelo estado
Em um ato de homenagem ao cabo Ricieri, policiais do estado do Paraná fizeram ações em batalhões às 10h30 deste domingo (24). Os agentes fizeram um minuto de silêncio e depois aplaudiram e acionaram sirenes das viaturas.
Em Curitiba, o maior ato aconteceu no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Paraná, no bairro Rebouças. Com a corporação perfilada, o comandante-geral da PMPR, coronel Hudson, realizou um discurso emocionante em tom de desabafo.
“Eu tenho feito o máximo possível para que, até então, o ferimento do Bonato e do Ricieri, e o ataque em nosso quartel, não tenha ficado em vão. Todos os esforços foram enviados para aquela região […] Passamos a madrugada no mato procurando aqueles marginais, eu ajudei a fazer o cerco. Passei o feriado indo para lá e conversando com o pessoal”,
declarou o coronel.
No discurso, Hudson ainda questionou a atitude de algumas associações e de policiais, que foram destacados para o trabalho de buscas em Guarapuava.
“Eu sou de uma Polícia que quando um policial militar era baleado ou morto, você não precisava escalar ninguém. Você ouvia pela TV, não havia celular, telefone era coisa de rico, e você vinha para o quartel. E você ia para lá independente de área ou não, e só saia de lá quando o comandante mandava sair. Porque você sabia que alguém ia levar comida para você, você sabia que se você estava naquele ponto de bloqueio era importante e só saia quando o comandante mandava sair, e não foi isso que eu vi agora. Eu vi policiais preocupados com a diária, saindo do ponto de bloqueio sem que ninguém determinasse. E daí me criticam. É muito fácil pegar um celular no shopping e mandar uma mensagem”,
comentou.
O comandante-geral também criticou o presidente de uma das associações que, segundo ele, desferiu críticas ao seu trabalho, porém, quando questionado não assumiu a autoria da nota.
“Respeitem a memória do cabo Recieri, respeitem a família, não é o momento de fazer politicagem, não é o momento de aparecer. Nos ajudem a prender esses criminosos. Se têm informação, vão para lá então. Se sabem fazer melhor do que eu vão lá e façam. Mas me deixem trabalhar. Se eu pudesse estaria lá até agora, mas tenho uma polícia para comandar […] Nos ajudem a fazer uma polícia melhor”,
disse.
“Algumas pessoas não sabem nem onde é Guarapuava e querem dizer como se faz operação. Algumas pessoas passaram o feriado fazendo festa e querem dizer o que eu tenho que fazer. Nunca participaram de uma operação. Eu passei a minha vida inteira fazendo isso”, completou.
Os atos em homenagem ao cabo Ricieri também foram realizados em outras cidades. Veja imagens:
Luto no estado
O governador Ratinho Junior lamentou profundamente a confirmação da morte do cabo Ricieri Chagas.
“É com muito pesar que recebemos a confirmação da morte deste valente integrante da Polícia Militar do Paraná. O cabo Ricieri foi atingido enquanto defendia a população paranaense, à serviço da polícia, e jamais será esquecido por esse ato de bravura. Meus sentimentos à família. Que Deus receba esse valoroso homem”,
disse Ratinho Junior, em nota oficial.
O governador decretou luto oficial de três dias em todo o Estado pela morte do cabo Ricieri . A homenagem entrou em vigor neste sábado (23), data da morte do policial militar.