A comerciante Stephany Rodrigues, de 28 anos, que foi filmada no momento em que era agredida por um policial militar na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), prestou depoimento por mais de duas horas na Corregedoria-Geral da Polícia Militar do Paraná, no bairro Prado Velho, na sexta-feira (29).
De acordo com o advogado que representa Stephany, Igor José Ogar, após os depoimentos, a corregedoria determinou a abertura de Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as condutas do sargento e do capitão que aparecem nas imagens.
Ogar pontuou que acredita que os policiais serão denunciados pelo promotor responsável pelo caso e “excluídos da PM”.
A abordagem policial ocorreu em uma operação da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu), após muitas reclamações de moradores contra o barulho e incômodo causados pelos frequentadores dos comércios localizados na rua Raul Pompéia. Antes do ocorrido, a RIC Record TV chegou a fazer uma reportagem sobre os problemas enfrentados pelos vizinhos dos estabelecimentos.
Na segunda-feira (25), o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), admitiu que houve excesso de violência contra Stephany e declarou que a ação registrada em vídeo não condiz com o treinamento dado e aceito pela corporação.
Rua Raul Pompéia bloqueada
Na noite de sexta-feira (29), o trecho da rua Raul Pompéia onde está a hamburgueria de Stephany totalmente bloqueado, pela Polícia Militar, para a passagem de carros e pedestres, somente moradores tiveram autorização para circular pelo local.
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Conforme a PM, a ação teve o objetivo de coibir aglomerações, uso de drogas e perturbação de sossego como resposta às denuncias dos moradores.
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Relembre o caso
O caso se tornou público depois que o vídeo no qual a comerciante aparece sendo agredida pelo policial militar viralizou nas redes sociais. Nas imagens chocantes, a mulher está imobilizada no chão por dois PMs, quando um deles desfere um soco contra seu rosto.
No dia das agressões, Stephany chegou a ser multada em R$ 30 mil porque estava atendendo acima da capacidade de público permitida e porque não fornecia álcool em gel aos frequentadores, conforme determina a atual legislação sobre a pandemia de Covid-19.
No entanto, o que gerou a confusão – que terminou com ela agredida e levada em uma viatura policial por desacato – ocorreu do outro lado da rua, fora de sua hamburgueria. Segundo seu relato, os policiais retiraram à força um rapaz que fumava narguilé no quintal de sua residência. No vídeo gravado pela empresária é possível ver quando os policiais arrastam o jovem e o portão chega a ser derrubado. Foi então que ela resolveu intervir e declarou que os PMs “passaram dos limites” e ainda ressaltou que nenhum deles usava máscara.
