O desaparecimento de Ísis Victória Miserski completa 47 dias nesta terça-feira (23). O suspeito Marcos Wagner de Souza está preso temporariamente em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Como a Polícia Civil pode indiciar o vigilante sem encontrar a adolescente? Veja o que diz uma especialista. 

A adolecente continua desaparecida e a Polícia Civil continua buscando provas contra o vigilante Marcos Wagner
Adolescente segue desaparecida há 47 dias (Foto: arquivo pessoal)

Em entrevista para a RICtv Curitiba, a professora de direito penal, Mariel Muraro, diz que todo crime que deixa vestígios deve ser produzido para comprovar que de fato aconteceu. 

“Quando estamos falando de homicídio, a prova é o corpo. Que indica os traços de violência que apontam se houve um homicídio”, explicou. 

Contudo, a professora de direito penal diz que dentro toda regra tem a exceção dentro do direito. “Nós vamos abrindo isso a partir de um caso concreto, através de julgamentos de tribunais e interpretando o que os casos querem dizer”, disse a especialista.

A adolecente continua desaparecida e a Polícia Civil continua buscando provas contra o vigilante Marcos Wagner
A adolecente continua desaparecida e a Polícia Civil continua buscando provas contra o vigilante Marcos Wagner (Foto: arquivo pessoal)

Muraro falou também sobre a produção de provas indiretas para comprovar que houve um assassinato. “Desde o caso da Eliza Samúdio vêm se discutindo a possibilidade de produzir provas indiretas, que são provas que não o corpo, que levam à conclusão que de fato o crime aconteceu”, finalizou. 

O que falta responder sobre o caso Ísis

Ísis Victória desapareceu no dia 6 de junho de 2024 após sair de casa em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. A princípio, ela foi se encontrar com um homem que para as investigações é o vigilante Marcos Wagner. 

Uma prima da adolescente afirmou que ela estava grávida. Ísis teve um relacionamento extraconjugal com o suspeito, que confirmou que ela o contou sobre a gravidez e que no dia do sumiço, se encontrou com a jovem para falar sobre o assunto. 

Ísis está desaparecida desde o dia 6 de junho, em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná
Marcos Wagner está preso desde o dia 17 de junho (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Testemunhas afirmam que vigilante comprou remédio abortivo

Duas testemunhas contaram para a polícia em depoimento que Marcos procurou medicamentos abortivos antes do desaparecimento da moça. Câmeras de segurança flagraram ele entrando na farmácia e sendo atendido. 

Ambas testemunhas afirmaram que avisaram que o medicamento é proibido e que ele afirmou que era para uma amiga. 

Ainda não há uma confirmação por exame de que a garota estava grávida, nem quem era o pai. 

Imagens indicam que vigilante procurou abortivo antes de Ísis desaparecer; veja
Imagens indicam que vigilante procurou remédio abortivo antes de Ísis desaparecer (Foto: reprodução / câmera de segurança)

Vigilante diz que Ísis Miserski pediu dinheiro a ele

Três dias antes de se apresentar às autoridades, o vigilante disse que Ísis Miserski pediu R$ 2 mil a ele durante o encontro para falar sobre a gravidez

Os investigadores trabalham com a possibilidade desta gravidez ser o motivo para o desaparecimento e que o encontro foi o pretexto do suspeito para isso. 

Localização do celular da Ísis e do suspeito 

A expectativa da polícia é que os laudos que apontem o último local onde o celular da adolescente foi utilizado. O aparelho ainda não foi localizado, mas os peritos conseguem obter a informação através do número. 

Os bombeiros realizaram buscas na área onde o último sinal foi enviado. Uma testemunha disse que viu o carro do suspeito nas proximidades por duas vezes, dois dias após o sumiço da menina.

Sangue e fios de cabelos encontrados no carro de Marcos são de Ísis?

Caso Ísis: perícia encontra sangue e fios de cabelo no veículo do vigilante
Os números em amarelo indicam locais onde as amostras foram colhidas (Foto: reprodução / RICtv)

Outra resposta que as investigações podem trazer é se os dois fios de cabelo no porta-malas e o sangue encontrado no banco traseiro do carro de Marcos, são de Ísis Miserski. Os materiais já foram encaminhados para a Polícia Científica, em Curitiba, para exames de DNA.

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.