Condenado após 24 anos do crime, policial acusado é liberado 48 horas depois

18 anos e 9 meses, esta foi a pena anunciada pelo Tribunal do Júri de Curitiba, ao policial civil Celso Domício de Lima, no último dia 10, deste mês. O agente foi condenado pela morte do instalador de alarmes, Moisés Vasques Kokurudza, no dia 24 de março de 1995, durante uma abordagem no bairro Cajuru, em Curitiba.

Entretanto, a prisão do policial durou apenas 48 horas e réu foi liberado após um pedido da defesa.

Policial é liberado 48 horas após condenação

“Agora ele (Moisés) vai descansar, porque a Justiça foi feita”, esta foi a frase dita por Rosângela Nunes, esposa de Moisés, na noite da última terça-feira (10) após decisão do Tribunal do Júri pela condenação. Entretanto, menos de 48 horas depois, a Justiça, que foi rápida desta vez, autorizou que o acusado responda em liberdade. 

O policial civil aposentado terá que cumprir algumas restrições impostas pela Justiça, porém, não precisa ficar atrás das grades. 

“Que justiça é essa, que leva 24 anos para condená-lo por assassinato, que ele matou e falou em júri duas vezes. Foi perguntado ‘se fosse hoje você faria de novo? – Eu faria, tudo de novo’ ele falou isso, com todas as letras. Em menos de 48 horas o desembargador passou a caneta e soltou ele, é terrível. para que serve a Justiça? Espero que revejam isso para ele cumprir a pena dele. É a única que a gente quer, é justiça”, desabafou a viúva de Moisés.

Policial não se arrepende

Após ser liberado para cumprir a pena em casa, Celso, que é conhecido como Cascavel, recebeu o repórter Maurício Freire e relembrou o dia da morte de Moisés. O aposentado, que hoje realiza um tratamento contra um câncer de próstata, tem diabetes, hipertensão e já sofreu um infarto, declarou que não se arrepende pelos disparos.

“Se ele tivesse saído numa boa, me dado a condição de fazer, desempenhar, meu trabalho, tudo bem. não teria acontecido. E se ele está armado, estava minha mulher e meus filhos aí sofrendo também”, conta o policial.

Os advogados da família de Moisés pode recorrer ao Ministério Público pela decisão.

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