Curitiba - Um homem de 51 anos foi baleado por um policial civil dentro de um bar no Centro de Curitiba na noite desta sexta-feira (26), após uma briga motivada por um copo deixado sobre a pia do banheiro. A informação sobre a motivação do desentendimento entre os dois foi dita pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) neste sábado (27). A vítima está internada em estado grave no Hospital Evangélico Mackenzie, conforme confirmação de familiares e do advogado que o representa.

De acordo com a PCPR, a discussão começou quando o policial retirou o copo do homem que estava na pia para lavar as mãos. Durante a confusão, houve troca de agressões físicas, e o homem foi atingido por um disparo próximo à axila. Após o incidente, o policial se trancou em um banheiro feminino.
“O policial apresentava lesões no rosto compatíveis com socos. Após análise do delegado de plantão, não foi lavrado auto de prisão em flagrante, já que os elementos iniciais indicam a possibilidade de legítima defesa. A Polícia Científica realizou perícia e a Corregedoria acompanha a ocorrência desde o primeiro momento”
informou a Polícia Civil em nota.
Versão da família e da defesa da vítima
O sobrinho da vítima, que foi até o local após saber do ocorrido, contestou a versão de “legítima defesa”. O familiar contou que o tio não tinha histórico de violência e era um cara completamente do bem.
“Coração enorme, eu até me emociono um pouco para falar, que ele é como se fosse um pai pra mim […] ele [policial] está tentando alegar que foi legítima defesa, falando que o meu tio entrou em luta corporal e sacou a arma. Mas pra quem tem noção, luta corporal justifica dois tiros pelas costas? Espero que seja feita Justiça e que meu tio se recupere.”
O advogado Elias Mattar Assad, que representa o homem baleado, informou que ele já passou por cirurgia e segue na UTI aguardando novo procedimento:
“Até o presente momento, não se apurou qualquer causa que pudesse justificar a conduta do policial ao usar arma de fogo contra um cidadão que estava com sua família no bar, enquanto se dirigia ao banheiro, local onde foi alvejado.”
Defesa de policial envolvido diz que cliente agiu de forma moderada
O advogado policial civil envolvido no caso, Heitor Luiz Bender, classificou a reação do cliente como “legítima defesa” e que o agente agiu de maneira moderada para se defender das agressões no banheiro.
“Esse agente de segurança pública ele agiu amparado, ele agiu sobre o crivo, ele agiu coberto sobre o manto da legítima defesa, visto que ali não houve uma briga, o que houve ali dentro daquele banheiro na noite de ontem foram agressões gratuitas, perpetradas pela própria vítima. Fato é que este policial, sendo o alvo dessas agressões, agiu de maneira moderada, utilizando dos meios que dispunha naquele momento para repelir essa agressão.”
A defesa ainda reforçou a motivação do policial e que confia no trabalho das autoridades: “Nós frisamos que em nenhum momento esse policial saiu de casa com o intuito de ceifar a vida de ninguém, esse policial saiu de casa tão somente para confraternizar com seus amigos, estava naquele estabelecimento há pouquíssimos minutos e acabou se vendo envolvido nessa grande tragédia […] nossa perspectiva é que ao final seja realmente comprovada a legítima defesa e que esse processo seja devidamente arquivado”.
Bar se manifesta após confusão e homem ferido por policial
O incidente ocorreu no BarBaran, localizado na Rua Alameda Augusto Stelfeld, local movimentado e conhecido na cidade. A direção do estabelecimento divulgou nota lamentando o ocorrido:
“É com profundo pesar que comunicamos um grave incidente ocorrido na noite desta sexta-feira. Durante o funcionamento normal do bar, houve um disparo que resultou em ferimentos a uma pessoa. Prestamos total colaboração às investigações policiais, bem como disponibilizamos todas as informações e imagens de segurança. Reafirmamos nosso compromisso com a segurança de clientes e funcionários e pedimos desculpas a todos que presenciaram esta situação traumática. Este incidente não representa os valores que defendemos.”
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do caso. A Corregedoria acompanha a investigação.
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