Foto: Reprodução/RICTV

A Polícia Civil também divulgou um áudio na tarde desta sexta, que seria de um integrante do MST afirmando que trabalhadores atiraram primeiro

O Instituto Médico Legal (IML) de Cascavel, na região Oeste
do Paraná, liberou nesta sexta-feira (08) os corpos dos dois trabalhadores sem-terra
mortos durante o confronto entre a Polícia Militar (PM) e integrantes do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Quedas do Iguaçu. Os dois
homens foram identificados como Vilmar Bordin, de 44 anos, e Leomir Orbach, 25.

A primeira vítima foi identificada pela manhã. Vilmar era
casado e tinha três filhos. Já Leomir, cujo corpo foi liberado na parte da
tarde, deixou a esposa grávida de 9 meses. Os corpos das duas vítimas foram
reconhecidos por familiares.

Autoridades do Governo Estadual e da cidade agendaram uma
reunião na Câmara de Vereadores de Quedas do Iguaçu para discutir os conflitos
por terras na região.
A família de Vilmar Bordin diz acreditar que os sem-terra foram emboscados pelos
policiais e seguranças da Araupel Celulose. No entanto, essa versão é
contestada pela PM, que afirma que os policiais é que foram vítimas de emboscada
por parte dos integrantes do MST.

“Um confronto onde só os trabalhadores morreram e nenhum policial foi atingido? Que confronto é esse?’, questionou o diretor nacional do MST, Antônio de Miranda. Segundo ele, os sem-terra mortos estavam em uma caminhonete fazendo uma
“ronda” interna perto do acampamento Dom Balduino, quando aconteceu o tiroteio.

A segurança na cidade foi reforçada por equipes especiais
das Polícias Militar e Civil. 

Feridos

Seis trabalhadores rurais ficaram feridos durante o confronto e quatro deles já
receberam alta do pronto-socorro de Quedas do Iguaçu. Outros dois homens foram
transferidos para hospitais de Cascavel, onde permanecem internados.

O velório de Bordin será em Três Barras do Paraná, e o de
Leomir Orbach ba cidade de Francisco Beltrão.
Investigações

Coletiva

A Polícia Civil divulgou na tarde desta sexta-feira (08),
durante uma coletiva de imprensa, um áudio que seria de um dos integrantes do
MST que ficou ferido no confronto. No áudio apresentado, um homem afirma que um
dos trabalhadores mortos deu um tiro para o alto e em seguida a PM revidou.

“Na verdade eu simplesmente fui convidado para um protesto
normal, daí chegamos lá e um engraçadinho saiu pra fora atirando e o polícial
revidou”, diz o homem na gravação. A delegada pergunta se “o primeiro tiro partiu dos
integrantes do Movimento Sem Terra”, e o homem responde: “é, foi o rapaz que
morreu, que entrou em óbito lá, com o revólver na mão”.

O secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, afirmou
durante a entrevista que “milícias armadas” estão agindo sob o comando do MST
na região.

Veja abaixo a reportagem exibida na noite desta sexta-feira (08) no RIC Notícias: