
Quando começou a frequentar a casa do homem, obrigada pela madrasta, a menina tinha 11 anos
Após três casos chocantes de gravidezes precoces em Ponta Grossa, na última semana – pelo menos dois deles com conhecimento ou envolvimento de familiares – um novo caso de abuso sexual contra uma menina, com consentimento dos responsáveis, vem à tona, desta vez na Região Metropolitana de Curitiba.
Uma mulher e seu sobrinho foram detidos por suspeita de agressão e abuso sexual contra uma vítima de 12 anos, que vivia com a família na zona rural de Bocaiúva do Sul. Segundo a polícia, a madastra da criança, Rosenilda Rosa dos Santos, de 41 anos, tinha conhecimento da relação entre seu sobrinho, Sidirley Rosa, e a menina.
Uma investigação conduzida pelo delegado Mario Sergio Bradock apurou a denúncia de que a menina era obrigada pela madrasta a ‘namorar’ o rapaz, que tem 28 anos. Ela e sua irmã de dez anos também relataram apanhar de Rosenilda “com varas, chinelos e cintas”.
Mesmo ciente do depoimento das filhas, o pai das vítimas falou ao repórter Daniel dos Santos, da RICTV, que vai manter o seu casamento com a acusada, por não haver provas dos maus-tratos.
Ele também afirmou que passa pouco tempo em casa, por trabalhar muito, e que não tinha conhecimento das agressões, mas que aceitou que a filha se encontrasse com o sobrinho da esposa após fazer uma ressalva a ele sobre a idade dela.
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Ao delegado, Sidirley assumiu que namorava a criança e que trocavam beijos e carícias. Porém ele nega ter tido relações sexuais com ela; segundo ele, por respeitar a religião da vítima. O acusado ainda revelou à polícia que a menina não gostava dele no início e que foi obrigada pela tia a frequentar a casa dele.
Após se encontrar com advogados, Sidirley contou outra versão à nossa equipe de reportagem. “Não abracei, não beijei, não fiz nada”, disse se defendendo das acusações. Rosenilda também negou ter agredido as enteadas e afirmou desconhecer a relação do sobrinho com uma delas.
Sidirley foi indiciado por estupro de vulnerável, e Rosenilda vai responder como co-autora do crime. No fim de semana, no entanto, eles foram soltos pela Justiça. Segundo o Tribunal de Justiça do Paraná, a advogada de defesa de Sidirlei entrou com um pedido de habeas corpus alegando que a prisão dele era ilegal, porque não havia flagrante. O juiz aceitou o pedido e libertou também a madrasta, entendendo que a prisão dela, por não ser flagrante, também havia sido ilegal.
O rapaz retornou à casa dos pais em Colombo, e as meninas estão com a avó paterna, na mesma cidade.