A Polícia Civil do Paraná (PCPR) investiga a utilização de fotos em redes sociais de crianças e adolescentes para conteúdos de um site pornográfico. O número de vítimas totais é de 22 pessoas, com a suspeita de que criminosos tenham utilizado plataformas de Inteligência Artificial para fazer as montagens.

Agente da Polícia Civil; corporação investiga caso de crianças que tiveram fotos manipuladas e usadas em site pornográfico
22 pessoas já procuraram a Polícia Civil para denunciar o crime. (Foto: Divulgação/PCPR)

A Delegacia da Polícia Civil de Paiçandu, no Noroeste do Paraná, começou a receber denúncias na terça-feira (9) e segundo o delegado Gustavo Mendes tem trabalhado para localizar o responsável pelo crime.

“Mas nenhum crime fica impune. Temos que rastrear tudo isso para chegarmos a pessoa, que realmente, criou esse perfil e teria subido essas imagens. Essa pessoa acabou usando a face de outras pessoas sem autorização, colocando em corpos nus e vídeos pornográficos”, explica o delegado.

A repórter Fernanda Batistella da Ric RECORD Maringá apontou que a Polícia Civil conseguiu derrubar esses conteúdos do site pornográfico. Mas algumas dessas imagens e vídeos estão sendo compartilhadas em redes sociais, o que também configura crime.

O responsável por essas montagens pode responder pelos crimes de oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de sexo, nudez ou pornografia sem o consentimento da vítima. O delito tem pena prevista de cinco a oito anos de detenção, por envolver crianças e adolescentes.

“Eu não posso afirmar a princípio, se todas aquelas fotos que constavam ali naquele perfil, são de pessoas aqui de Paiçandu, mas várias sim. Será que a pessoa que fez é daqui de Paiçandu? A princípio, aparenta ser”, complementou o delegado.

Mães de crianças que tiveram fotos manipuladas em site pornográfico relatam indignação

Imagem ilustrativa de criança com a cabeça entre as pernas; menino acusou professora de abuso em escola
Responsável pelo crime pode receber uma pena de cinco a oito anos de prisão. (Foto: Imagem Ilustrativa/Pixabay)

Em entrevista a repórter Fernanda Batistella, duas mães de três crianças e adolescentes que tiveram as fotos manipuladas e colocadas em site pornográfico relataram indignação com o caso.

“Eu estava deitada, aí minha filha veio bater na porta, toda desesperada. Mãe, olha o que uma seguidora mandou para mim. Ao acessar o link das fotos, eu já vi que tinha muita gente conhecida. Tinha gente ainda menor que ela. Ficamos horrorizadas”, disse uma das mães.

A outra mãe relatou que ao descobrir o caso, orientou outras vítimas a irem em conjunto na delegacia denunciar. “Eu fiquei em choque. Quando me avisaram, que foi uma das meninas que me avisou, eu jamais imaginou que seriam minhas filhas. Eu fiquei horrorizada, com sentimento de nojo”.

Outra vítima chegou a gravar um vídeo nas redes sociais após ter fotos manipuladas e usadas no site pornográfico. Luana Novaes é advogada e contou como o crime impactou na rotina dela e da família.

“E mesmo que seja óbvio, que não seja eu que esteja nua na internet, eu tenho que vir aqui colocar minha cara, perder meu tempo, perder noite de sono, não conseguir trabalhar. Minha filha, de 13 anos, não quer ir para a escola. Além de tudo, meu público-alvo no trabalho, não tem acesso a Inteligência Artificial, por ser um público de maior idade. Vocês que tiverem acesso, não dê engajamento. Têm crianças nesse site”, finalizou.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.