
No Brasil, foram mais de dois mil homicídios contra a população LGBT em dez anos; em Toledo, assassinatos recentes preocupam a população
*Com informações do repórter Vagner Krazt, da RICTV Toledo
No 17 deste mês, o biólogo João Marcos Sena, 34 anos, foi assassinado na própria casa e teve o corpo jogado em um rio. Em seguida, o carro da vítima foi queimado em uma rodovia em Toledo. Duas pessoas foram presas, assumiram a autoria do crime e também confessaram preconceito contra João Marcos, que era homosexual.
A história é parecida com a de Eduardo Serenini de Moura, 23 anos, estudante de pedagogia e conhecido pelo jeito simples e divertido. Em 2016, na mesma cidade, no oeste do Paraná, o jovem teve o carro roubado, foi amarrado e assassinado, com crueldade, por adolescentes que também não aceitavam a orientação sexual dele.
Assista à reportagem:
Números no Brasil
Um estudo feito por um grupo de luta contra o preconceito, na Bahia, aponta que, há cada 19 horas, um LGBT é assassinado ou comete suicídio, vítima de homotransfobia.
O levantamento reúne dados dos últimos 30 anos e coloca o Brasil entre os países com maior número de casos de ódio contra homossexuais no mundo. Em dez anos, foram mais de dois mil homicídios contra a população LGBT.
Leis mais rígidas
A Justiça brasileira ainda não considera homofobia crime, por isso, casos envolvendo ações provocadas pelo preconceito, são registrados como lesão corporal ou ameaça, por exemplo – e não levam em conta que as vítimas foram atacadas por causa da intolerância pela orientação sexual.
Dois projetos de lei que querem mudar essa realidade estão tramitando no Congresso. E isso pode fazer toda a diferença para garantir uma punição mais severa, como a que já existe para infanticídio (assassinato de crianças) ou feminicídio (homicídio contra mulheres).