Curitiba apresentará em Brasília nesta terça, quarta e quinta feira (4, 5 e 6), dados que apontam a queda no número de mortes em acidentes na cidade, no Evento Internacional Vida no Trânsito. O primeiro levantamento do programa Vida no Trânsito, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revela a redução no índice de mortes em acidentes de trânsito em Curitiba, entre 2010 e 2011. No período, houve queda de 18,7 por 100 mil habitantes para 17,5 por 100 mil habitantes nos registros de vítimas fatais do trânsito. O índice superara a meta de 18,1 por 100 mil moradores, estabelecida pela Setran (Secretaria do Trânsito) em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde, que coordenam o programa na capital.
O diretor de Educação no Trânsito da Setran, Celso Mariano, credita o resultado à integração entre os diferentes órgãos de segurança que atuam na cidade (Setran, BPtran, Guarda Municipal e agentes da Polícia Rodoviária Estadual e Federal), que passaram a atuar no cuidado com o trânsito e na aferição mais precisa dos dados nesta área.
“O mais importante que aconteceu é que todos os envolvidos na segurança passaram a sentar juntos para definir as ações de melhoria em conjunto. Hoje, não existe uma ação da Setran que a Polícia Rodoviária Estadual não saiba”, afirma Mariano.
Descentralização – Também foi realizado um trabalho dentro das regionais que existem na cidade. Foram mostrados os principais locais de acidentes e suas causas, assim as pessoas passaram a entender sua proximidade e função com o trânsito.
Apesar da redução de mortes o levantamento revelou um aumento relativo no número de feridos graves no mesmo período. Ocorrências com vítimas graves de acidentes registraram aumento de 85,2 por 100 mil habitantes para 85,9. O objetivo para 2011 era o de fechar com índice de 82,6 por 100 mil moradores.
Celso Mariano destaca que esse aumento é aceitável nos primeiros anos do projeto e diz que é reflexo da redução de óbitos. Até 2020 a proposta é reduzir para 51,45 o índice de mortos e feridos graves.
“Em países como o Brasil, que hoje são mais violentos no trânsito, o resultado vai ser menor que 50%, ou essa índice em menos de dez anos”, diz Celso Mariano, diretor de Educação no Trânsito da Setran.
Vida no Trânsito – O programa Vida no Trânsito, desenvolvido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), tem por base os principais países europeus como Portugal a Inglaterra, ambos com elevado índice de vida saudável no trânsito. Para alcançar estes índices Curitiba aposta na participação de outros órgãos e da sociedade como um todo.
A falha número um, causadora de acidentes para condutores e pedestres é a falta de percepção de perigo. Ações como atravessar na faixa, nos semáforos, não utilizar celular e conversar ao volante são atitudes que reduzem os acidentes.
“Dirigir é um ato complexo, mas com o tempo formam-se hábitos automáticos. Isso faz com que os motoristas esqueçam a necessidade de atenção ao conduzir um veículo”, disse Mariano.
O especialista considera ainda que a responsabilidade por um trânsito melhor não é unicamente das secretarias de segurança e saúde, e sim depende de uma atitude coletiva.
“O trânsito é feito de gente e não unicamente de automóveis. Se um trânsito é mais ou menos violentos, depende de como nós o fazemos.”
Atualmente, Curitiba conta com 47 entidades públicas, privadas e sociedades organizadas integradas ao programa.