A curitibana Carol Moreno, organizadora do Tour de Boteco, considerada uma das 25 melhores experiências gastronômicas do mundo, esteve no topo do vulcão Rinjani, na Indonésia, em 2014. A paranaense recordou as dificuldades e os perigos da trilha, onde a brasileira Juliana Marins caiu e morreu nesta terça-feira (24).

Carol é apaixonada por viagens e decidiu subir o vulcão Rinjani durante um mochilão pela Ásia. Na época, a curitibana viajava sozinha e conheceu outros turistas nos três dias de trekking pelo vulcão, que tem mais de 3 mil metros de altura.
A paranaense recorda que os dias de trilha são bastante desafiadores e exigem esforço físico e concentração dos aventureiros. Durante a subida, os turistas acampam em barracas, encaram trilhas perigosas e deslumbram de paisagens surpreendentes, principalmente no alto da cratera do vulcão.

Abandonada pelo guia no vulcão Rinjani
Assim como os relatos recentes do caso da brasileira Juliana Marins, Carol Moreno relembra que também foi deixada para atrás pelo guia, em um dos trechos mais complicados da trilha.
“O terceiro dia é o fatídico: acordamos às 2h30 da manhã, numa friaca e sem nada pra comer, e já começamos a subida até o cume. Começa tão cedo assim para dar para ver o sol nascer no alto da montanha. Comecei o dia gelada, tendo dormido mal de novo, com o tênis molhado da chuva no outro dia, e morrendo de fome (eles só deram algo pra comer ao chegar no cume)”, recorda Carol.
Durante a subida final para conquistar o cume, Carol relembrou que teve muitas dificuldades, pois não estava com os equipamentos adequados para realizar a trilha. A curitibana destaca que no momento em que chegou para adquirir o pacote da trekking, comentou sobre o tênis que estava usando e as roupas que tinha. Mesmo assim, os organizadores disseram que não teria problema.
Enquanto fazia o trecho final, Carol teve dificuldades por conta do calçado e pelo solo ser muito irregular. “Essa subida foi um verdadeiro inferno. É um trecho muito escorregadio e arenoso, você dá um passo pra frente e sente que escorregou dois pra trás. E pra ajudar, eu não estava com os equipamentos corretos – com um tênis mega liso e sem roupas pra frio de verdade”, contou.

A brasileira acabou se distanciando do grupo e só conseguiu alcançar o topo uma hora depois. Mesmo com dificuldades, em nenhum momento o guia ofereceu ajuda.
“Foi um horror o terceiro dia. Eu não conseguia subir, tremia de frio, e mesmo segurando o cajado pra tentar escorregar menos, não parava de escorregar pra trás. Todo mundo foi me passando na trilha, fui ficando pra trás. E você pensa que o guia parou pra me ajudar de alguma forma? Nada, me largou pra trás mesmo, e fiquei sozinha na subida”, destacou Carol.
Apesar das dificuldades, Carol chegou ao topo do vulcão Rinjani e conseguiu admirar o nascer do sol. “Já faz 11 anos que fiz esse trekking, mas lembro do sofrimento desse terceiro dia como se fosse hoje. Quis desistir um milhão de vezes, eu chorava de raiva, tremia de frio, me sentia fraca de fome, e totalmente abandonada. Acabei conseguindo chegar ao cume nos últimos minutos possíveis pra ver o sol nascer, mais de uma hora depois do horário que o pessoal chegou por lá”, relembrou.
Veja um vídeo de Carol no topo do vulcão Rinjani:
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui