No pedido, os advogados dizem que não é possível apresentar uma resposta à acusação, já que a defesa alega que as investigações continuam
A defesa de Luiz Felipe Manvailer, acusado da morte da advogada e mulher Tatiane Spitzner, em Guarapuava, na Região Central do Paraná, pediu a suspensão do processo nesta sexta-feira (14). O prazo para os advogados se manifestarem venceu na última noite.
No pedido, os advogados de Luiz Felipe Manvailer dizem que não é possível apresentar uma resposta à acusação, já que a defesa alega que os recentes movimentos do “Ministério Público trazendo aos autos novos elementos de informação, mesmo depois do oferecimento da denúncia, mostram que as investigação continuam em andamento”.
Eles ainda afirmam que, embora tenha havido um encerramento do inquérito, os fatos ainda não foram elucidados. “Tanto é assim que o Ministério Público vem, aos poucos, conduzindo aos autos novos elemento sde informação, a conta gotas. Ora um depoimento, ora um laudo, ora um ofício”, ainda afirmaram que isso só reforça a incompletude de uma acusação ainda está sendo construída.
Esse é o segundo pedido de suspensão realizado pelos advogados de Manvailer, já que em agosto, a defesa do réu contou que não ficou claro na denúncia qual foi a causa de morte de Tatiane. Na solicitação, os advogados argumentaram que “toda a construção da acusação é feita em hipóteses, opiniões, especulações de possibilidades, mas, em momento algum, em uma base pericial, científica e forense” e contestaram a ausência da conclusão da perícia sobre a causa da morte da vítima. Nesta época, o pedido foi negado.
MP aceita denúncia contra Manvailer
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou o marido da advogada Tatiane Spitzner, no dia 6 de agosto, pelos crimes de homicídio qualificado com quatro agravantes – motivo fútil, por dificultar a defesa da vítima que era mais fraca, crime contra a mulher e por caracterizar violência doméstica e familiar -, fraude processual porque levou a advogada morta de volta ao apartamentou e limpou o sangue no elevador além de cárcere privado, porque impediu que a jovem se afastasse dele durante a discussão que ocasionou na queda de Tatiane.
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Ferimento no osso hiode da advogada Tatiane Spitzner
Segundo laudo do Ministério Público (MP-PR), feito pelo Instituto de Criminalística, a advogada apresentava um ferimento no osso hioide, típico de quando ocorre asfixia ou estrangulamento na vítima. No documento se lê: “estigmas ungueais nas regiões laterais do pescoço, característica de esganadura, além de “fratura, de percepção palpável, do osso hióide.
Entenda a morta de Tatiane
O casal estava em uma casa noturna, na madrugada do dia 22 de julho, quando a jovem pediu para ver o celular do marido. Com a negativa de Luis, uma discussão teria iniciado e se agravado após a chegada dos dois no apartamento onde viviam. “Ele disse que estava junto com a esposa comemorando o aniversário em um lounge lá da cidade de Guarapuava quando de repente a esposa dele pediu para dar uma olhada no celular dele. Ele se negou a que ela examinasse o celular e daí começou a discussão que se acalorou quando eles já estavam em casa”, disse o delegado Francisco Sampaio, da Polícia Civil de São Miguel do Iguaçu.
Na sequência, segundo o depoimento do marido, ela foi para a sacada e se jogou do quarto andar. “Lá ela tentou sair correndo, avançou sobre ele, ele foi de acordo com ele, ele somente segurou ela sem fazer força, ela se desvencilhou dele e teria rumado para a sacada, quando sem mais nem menos, de acordo com a versão dele, ela teria se jogado”, contou o delegado.
Uma testemunha contou à equipe da RICTV |Record TV que presenciou partes do acontecimento. “De onde eu estava de cima, não dava para ver o corpo dela, porque ela caiu do lado do meu carro. Nisso, eu vi que o Luis Felipe saiu chorando de lá.. não sei o que ele foi fazer. Eu desci correndo e foi aí que eu chamei o bombeiro. O bombeiro não atendeu e, aí, eu falei para ele: ‘deixa aí que eu to chamando o bombeiro’. Ele me olhou e disse: ‘Não adianta, ela já está morta‘, contou uma testemunha à equipe de reportagem.
