A defesa de Edison Luiz Brittes Junior, o único dos sete réus do caso que envolve a morte do jogador Daniel Corrêa Freitas, solicitou a Justiça de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, que a prisão seja substituída por medidas cautelares alternativas. No pedido, os advogados reforçaram que o réu confesso não tem meios para tentar atrapalhar a integridade da instrução do processo.

Edison Brittes, conhecido como Juninho Riqueza, é réu confesso do processo e está preso desde 31 de outubro de 2018. Atualmente, o réu está na Penitenciária Central do Estado (P.E.C.).

Advogado pede medidas alternativas

Juninho Riqueza completou um ano e um mês em regime fechado no último sábado (30). Nesta segunda-feira (2), a defesa do réu, representada pelo advogado Cláudio Dalledone Júnior, solicitou à juíza Luciani Regina Martins de Paula, da 1ª Vara Criminal do Foro Regional de São José dos Pinhais, que a pena de Edison Brittes seja alterada.

“Neste contexto, respeitosamente, é que se busca a revisão da situação prisional do requerente, pois se estiver ultrapassada realmente a ideia de imposição de prisão como meio de punição antecipada, é viável que se proteja a instrução vindoura com a implementação de medidas cautelares distintas da prisão e que serão suficientes para garantir a limpidez dos elementos instrutórios, sem nenhum embaraço”, apresentou a defesa no documento. 

A solicitação ainda sugere que medidas cautelares alternativas à prisão, como a monitoração eletrônica, sejam utilizadas. “O requerente não tem meios para tentar atrapalhar a lisura da instrução e mesmo que tivesse interesse em fazê-lo certamente poderá ser impedido por força de medidas cautelares aplicadas pelo Juízo com o fito de coibir qualquer tentativa”, sugere o pedido.

Réus do Caso Daniel

Sete pessoas respondem por envolvimento na morte do jogador Daniel. De acordo com pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR), os réus respondem pelas seguintes acusações:

  • Edison Brittes: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; fraude processual; corrupção de adolescente e coação no curso do processo;
  • Cristiana Brittes: homicídio qualificado por motivo torpe; fraude processual; corrupção de adolescente e coações no curso do processo;
  • Allana Brittes: fraude processual; corrupção de adolescente; coações no curso do processo;
  • David Willian Vollero: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e fraude processual;
  • Ygor King: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e fraude processual;
  • Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; fraude processual e corrupção de adolescente;
  • Evellyn Brisola Perusso: fraude processual.

Um ano após a morte do jogador, apenas Edison Brittes permanece preso em regime fechado. Dos outros seis envolvidos, apenas Evellyn Brisola não foi presa. Confira a linha do tempo com a liberdade de cada um dos réus:

  • 07/08/2019 – Allana Brittes
  • 12/09/2019 – Cristiana Brittes
  • 09/10/2019 – Eduardo Henrique Ribeiro da Silva
  • 09/10/2019 – Ygor King
  • 09/10/2019 – David Willian Vollero

Relembre o Caso do jogador Daniel

O jogador Daniel foi morto brutalmente, na manhã de 27 de outubro de 2018, após uma confusão ocorrida na residência dos Brittes. Na ocasião, cerca de 15 pessoas estavam na casa participando de um after como continuação do aniversário de 18 anos Allana Brittes, que havia ocorrido em uma casa noturna de Curitiba.

Daniel foi flagrado por Edison Brittes com sua esposa Cristiana Brittes no quarto do casal. Segundo o depoimento de Cristiana Brittes, ela teria acordado com jogador Daniel apenas de cueca no local. A defesa da família Brittes alega que o jogador tentou estuprar Cristiana enquanto os advogados da família de Daniel afirmam que tudo não passou de uma brincadeira infantil e de mau gosto do jovem.

O resultado do flagrante foi o espancamento do jogador ainda na casa dos Brittes e seu assassinato na Colônia Mergulhão, em Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense. Ele teve seu pescoço parcialmente decapitado com uma faca de churrasco e o órgão sexual extirpado por Edison Brittes.

Eduardo da Silva, Ygor King e David Willian da Silva estavam presentes no momento em que o jogador foi morto em uma plantação de pinus. Todos negam a participação direta no crime. No entanto, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) não acreditou em suas versões e indiciou os três por homicídio.

Nos dias que seguiram após o assassinato do jogador Daniel, a família Brittes tentou convencer as testemunhas, que estavam na casa, a confirmarem que o jogador havia ido embora sozinho do local. No Instagram, Allana Brittes postou fotografia com o jogador como forma de luto, além de mentir para Eliane Corrêa,  mãe do jogador, sobre o que havia ocorrido. Edisson Brittes chegou a ligar para Eliane para dar os pêsames e oferecer auxílio em um momento tão difícil.

 

Guilherme Becker
Guilherme Becker

Editor

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.