(Foto: Divulgação/Agência Brasil)

Procurador esclarece que Delfim Netto teria recebido a propina no período de 2012 a 2015

*Do R7

O procurador da República Athayde Ribeiro Costa afirmou que as investigações rastrearam cerca de R$ 4 milhões de propina a Delfim Netto e que parte do dinheiro foi recebido em espécie. A informação foi divulgada em entrevista sobre a operação Buona Fortuna, deflagrada na manhã desta sexta-feira (9). 

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), a outra parte da propina foi paga por meio de contratos fictícios de consultoria. 

— Os pagamentos de propina foram feitos em espécie no caso Odebrecht e, em relação às outras empresas, em contratos ficticios. Um com a empresa LS, do qual é socio o sobrinho de Delfim Netto, senhor Luis Apolonio, e outra na empresa Aspen, da qual era sócio Delfim Netto. Ressalto que os contratos de consultoria eram inexistentes.

A defesa de Delfim Neto, no entanto, diz que ele “não cometeu nenhum ato ilícito” e que “não ocupa cargo público desde 2006”.

As investigações apontam que o ex-ministro recebeu R$ 15 milhões, mas apenas R$ 4 milhões foram localizados. 

O procurador esclarece que Delfim Netto teria recebido a propina no período de 2012 a 2015. Os R$ 4 milhões rastreados pelas investigações foram bloqueados pela Justiça. 

Delfim Netto é acusado de lavagem de dinheiro, fraude de consórcio, organização criminosa e corrupção. 

Segundo o MPF, Delfim Netto não foi preso nesta fase da Lava Jato, porque não há provas suficientes que justifiquem o pedido de prisão. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão nas casa do ex-ministro e locais de trabalho. 

Operação Buona Fortuna

operação Buona Fortuna foi deflagrada pela PF nesta sexta-feira (9). A ação investiga o pagamento de propina de empreiteiras interessadas em participar do consórcio Norte Energia, responsável pela construção da Usina de Belo Monte. 

Segundo as investigações, houve pagamento de propina para o MDB e o PT e para o ex-ministro Delfim Netto. A PF cumpriu 10 mandados de busca e apreensão, sendo seis em São Paulo e quatro em Curitiba. 

Os mandados judiciais foram expedidos pelo Juízo Titular da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).

Outro lado

A defesa do professor Delfim Neto, representada pelos advogados Ricardo Tosto e Jorge Nemr, sócios do escritório Leite, Tosto e Barros Advogados, esclarece que: “O professor Delfim Neto não ocupa cargo público desde 2006 e não cometeu nenhum ato ilícito em qualquer tempo. Os valores que recebeu foram honorários por consultoria prestada”.

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