Ao todo cinco pessoas foram acusadas de matar psicóloga Melissa de Almeida Araújo. O crime foi em 2017 e os julgamentos foram adiados cinco vezes. Agora, seis anos depois, três acusados foram condenados.
Melissa foi assassinada quando chegava em casa juntamente com o marido, Rogério Ferraresi, que é policial civil e o filho O caso foi investigado pela Polícia Federal. A execução teria sido uma forma de os criminosos mostrarem descontentamento com o regime disciplinar adotado em unidades do sistema penal federal.
A polícia apurou que Melissa e outros agentes tiveram as vidas monitoradas pelos criminosos e a psicóloga foi escolhida porque foi considerada um alvo de fácil alcance.
Interrogatório
Câmeras de segurança registraram parte do crime. Os atiradores saíram rapidamente do carro branco, um deles estava armado com um fuzil. O casal foi surpreendido enquanto manobrava o carro. O marido de Melissa, reagiu e houve troca de tiros, que não foi flagrada pelas câmeras. Segundos depois, um dos atiradores foge machucado, com a ajuda de outro homem que aguardava no carro. Melissa morreu na hora. Rogério ficou feriado e foi para o hospital, a criança não se machucou. um dos criminosos morreu no local.
Em interrogatório, Tiriça negou a acusação. “Eu não conheço foi o Natan. Nunca vi, não conheço Edicarlos, e essa ordem não partiu de mim.”
Em depoimento, Edy contou como planejaram o crime. “Pediram para eu filmar a casa onde que dalí eu peguei o carro preto, o Cobalt, e entrei até a rua… E fiquei perto de casa e eles falaram que já iriam se posicionar”, contou Edy Carlos Cazarim.
O carro usado pelos criminosos era clonado. Foi Edy quem incendiou o veículo depois do crime. “Eu comprei 3L de álcool em uma distribuidora e dali eu joguei no carro, no Cruze branco. Ai dei uma volta no quarteirão e viu que o fogo apagou, ai eu voltei e coloquei fogo de novo.
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Condenação
Edy foi condenado por incêndio doloso e todos foram condenados por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, posse de arma, acessórios de uso restrito e organização criminosa. Edy e Wellington ainda respondem por receptação do carro clonado. Veja as penas
- Edy Carlos Cazarim, o “alemão”, pegou mais de 17 anos de prisão – 17 anos, 05 meses e 10 dias.
- Wellington freitas da rocha, conhecido como “tom’, foi condenado a 55 anos de cadeia – 55 anos, 05 meses e 15 dias de reclusão
- Elnatan chagas de carvalho, o “logan”, mais de 66 anos – 66 anos, e 03 meses e 20 dias de reclusão
Andressa Silva dos Santos foi investigada por participar das campanas que monitoraram a família de Melissa. “Nunca suspeitei. Da para ter uma noção que era algo ilícito, eu ficava com ele no carro, não sabia se ia entrar na casa, se ia roubar, o q era, o que era algo errado, eu sabia, não tinha como não desconfiar.” Andressa foi absolvida.
O quinto acusado é Roberto Soriano, conhecido como Tiriça. Ele é apontado pelas investigações como o mandante do assassinato e um dos principais líderes do PCC. Ele não foi julgado junto com os outros porque os advogados de defesa abandonaram o caso no plenário do júri. Ele ainda não tem advogado e o júri dele não tem data para acontecer.
Edy Cazarim é representado pela defensoria pública da união, que, por nota, disse que não pode divulgar informações sobre processos que estão em segredo de justiça. As defesas de Andressa Silva dos Santos, Wellington da Rocha e Enaltan Chagas de Carvalho não foram localizadas pela nossa reportagem./
Quem era Melissa
Melissa tinha 37 anos e era psicóloga na penitenciária federal de segurança máxima em Catanduvas, no interior do Paraná. Todos os dias, ela tinha contato com presos perigosos e que ocupam cargos de liderança em organizações criminosas.
A missão dela era ressocializar os detentos, para que um dia pudessem sair da cadeia e recomeçar a vida longe do crime. “Era uma das poucas pessoas que acreditava ainda na ressocialização do preso. É um atentado violento não só contra o sistema penitenciário federal, mas também a sociedade como um todo,” comentou Fabricio Rocco, agente federal.