As famílias dos quatro desaparecidos em Icaraíma, no noroeste do Paraná, continuam em busca de respostas. Os familiares ofereceram recompensa, as autoridades seguem mantendo as investigações em sigilo e os dois suspeitos continuam foragidos até esta segunda-feira (8). 

Pai e filho estão sendo procurados pelo caso dos desaparecidos em Icaraíma
Antônio e Paulo seguem foragidos há quase um mês (Foto: divulgação / PCPR)

Alencar Gonçalves de Souza, Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e Diego Henrique Afonso desapareceram após realizarem a cobrança de uma dívida referente a venda de uma propriedade rural. 

Em entrevista para a Ric RECORD Maringá, o advogado Renan Farah, que representa Antônio e Paulo Buscariollo, diz que os clientes são inocentes. 

“Tive uma conversa incisiva com eles. Porque, como advogado criminalista, temos linhas de defesa que, muitas vezes pelas provas que já estão no inquérito, pareciam uma tese fácil e tranquila de lidar. Nós poderíamos ir para a tese de legítima defesa, mas para isso o réu precisa dizer que foi ele”, afirmou o advogado.  

Além disso, o advogado afirma que os Buscariollos foram ameaçados de morte por amigos dos desaparecidos em Icaraíma e que colocou as ameaças no processo. 

Desaparecidos em Icaraíma: advogado de suspeitos diz que foi ameaçado 

Durante a entrevista, o advogado exibiu capturas de tela de conversas onde mostra que foi ameaçado caso continuasse a defender os Buscariollos. 

“Um homem que se identificou apenas como José disse que era do Comando e que, se eu continuasse no caso de Icaraíma, não continuaria vivo, já que os Buscariollo estão marcados porque mataram amigos deles e que qualquer pessoa que os defendesse morreria”, disse o advogado. 

Acesso ao inquérito 

Farah se apresentou como advogado dos suspeitos uma semana após o desaparecimento dos quatro homens. Contudo, ele alega que apenas recebeu acesso ao processo na última sexta-feira (5). 

“Entendo que o inquérito tem que ser sigiloso, mas não para o advogado e nem de forma completa. Entendo não me permitir ver o que está em andamento, mas o que já foi concluído não tem cabimento”, explicou. 

Outro ponto defendido pelo advogado é que o sinal do celular de pai e filho vão provar que os dois não estiveram no local do crime. 

“Nós vamos conseguir provar que não foram eles. Eles não viram as duas outras vítimas no dia seguinte ao do primeiro encontro”, concluiu. 

Famílias dos desaparecidos contestam versão 

Nas redes sociais, as famílias de Alencar, Rafael, Robishley e Diego questionam a versão do advogado de que eles foram ameaçados. “Se são inocentes, porque então eles fugiram?”, escreveu a esposa de Rafael. 

“A investigação com base nas provas coletadas colocou eles como investigados”, disse a advogada Josiane Bichet.

Cobradores desaparecidos em Icaraíma
Mistério do paradeiro desses quatro homens continua (Foto: arquivo pessoal)

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.