A Polícia Civil continua com as buscas pelos quatro homens desaparecidos em Icaraíma, no noroeste do Paraná, após cobrarem uma dívida em uma propriedade rural. As forças de segurança estão realizando operações em bunkers. Os suspeitos de envolvimento no sumiço seguem foragidos.

- Veja mais: Quem é Carlos Henrique? Filho de foragido que negociou venda com desaparecidos em Icaraíma
De acordo com as informações apuradas pela RICtv Maringá, os investigadores trabalham com a hipótese de que os desaparecidos em Icaraíma podem estar trancados vivos ou mortos nesses bunkers. Até o momento, não foram encontrados registros de sangue nas áreas de busca. Apesar disso, o delegado acredita que os quatro foram mortos.
Apesar das esposas acreditarem que os desaparecidos estão mortos, amigos dos quatro ainda mantém esperança de que eles possam estar com vida. Em entrevista para o apresentador Nader Khalil, uma testemunha disse que conseguiu contato com Carlos Henrique, que é filho de Antônio Buscariollo, apontado como um dos planejadores da emboscada. Ele teria feito a negociação da venda da terra que seria o estopim para o mistério.

Como andam as investigações
De acordo com o delegado Gabriel Meneses, as investigações estão avançando. Imagens de câmera de segurança estão sendo avaliadas e outras testemunhas estão sendo ouvidas ao longo dos dias.
“A família recebeu informações de uma localização de bunkers em Icaraíma, onde estariam os corpos dessas vítimas. Nós já fizemos diligências nessas áreas e nada foi localizado neste local”, explicou Meneses.
Além disso, o delegado informou que muitas informações estão chegando para a polícia e pediu para que a população não espalhe boatos para não atrapalhar nas investigações.
O que se sabe sobre os desaparecidos em Icaraíma?
De acordo com o delegado Gabriel dos Santos Menezes, Alencar Gonçalves de Souza, morador de Icaraíma, contratou Rafael Juliano Marascalchi, de 43 anos, Diego Henrique Afonso, de 39 anos, e Robishley Hirnani de Oliveira, de 53 anos, para a cobrança da dívida. O trio é do interior de São Paulo e se deslocou até o município paranaense.
“Eles se encontraram com o Alencar na segunda-feira e foram até uma propriedade rural para fazer essa cobrança. Eles fizeram o primeiro contato com o devedor e ficou combinado um retorno no dia seguinte. Mas por volta das 12h da terça-feira (5), ninguém conseguiu mais contato com eles”, explicou o delegado.
Polícia identifica suspeitos
A Polícia Civil está à procura de Antônio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo, pai e filho suspeitos de armar uma emboscada para os quatro desaparecidos. Segundo o delegado, os dois são os homens que foram ouvidos na quarta-feira (6).
“Naquele momento eles falaram que não tinha relação com a dívida, mas sim outros familiares. Eles foram liberados e esses familiares não foram encontrados. A princípio, acreditamos que os quatro desaparecidos foram cobrar essa dívida e foram vítimas de uma emboscada. O mandado de prisão temporária deles foi expedido contra Antônio e o Paulo”, explicou.
Além disso, a polícia paranaense descobriu que Antônio tem antecedentes criminais por porte ilegal de arma de fogo. Já Paulo não tinha histórico de crimes.
Segundo as investigações, Carlos Henrique, um dos filhos de Antônio e irmão de Paulo, negociou a venda de uma terra com Alencar. Carlos Henrique recebeu R$ 250 mil de Alencar, que iria financiar no banco o valor de R$ 750 mil, contudo, o banco não aprovou o valor e Souza foi atrás para desfazer o negócio.
Porém, ao ir atrás do ressarcimento do valor, a família Buscariollo teria informado que não tinha mais o valor de R$ 250 mil e combinou com Alencar o pagamento em 10 parcelas de R$ 25.500. As investigações da Polícia Civil apontam que as parcelas atrasaram e que Souza contratou Diego Henrique Afonso para fazer a cobrança.
Segundo o relato de uma das esposas dos homens desaparecidos em Icaraíma, Diego é morador do município de Olímpia, no interior de São Paulo, e convidou Robishley Hirnani de Oliveira e Rafael Juliano Marascalchi para acompanhá-lo até Icaraíma para realizar a cobrança.
“Quem pegou a cobrança foi o Diego. Como ele não podia ir sozinho, convidou meu marido, que chamou o Robishley. Ele só me contou que ia para o Paraná. Há dois meses eles foram fazer uma cobrança com o Diego em Olímpia, mas essa o Diego que negociou com o Alencar, mas não deu detalhes”, disse a esposa de Rafael.

Quem é Carlos Henrique, homem que teria negociado com desaparecidos em Icaraíma
Conforme a apuração do apresentador do Cidade Alerta Maringá, Nader Khalil, Carlos Henrique é filho de Antonio Buscariollo, de 66 anos, e irmão de Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22, principais suspeitos do caso e que estão foragidos. Além disso, Antônio tem um filho que mora no interior de São Paulo, chamado Carlos Eduardo. O nome dele aparece na nota promissória da negociação entre Alencar e a família Buscariollo. A polícia acredita que Eduardo não tem envolvimento na negociação e que estariam usando o nome dele.
Um amigo de um dos homens desaparecidos em Icaraíma, que não quis se identificar, disse que ligou para um homem chamado Carlos Eduardo e que acredita que os quatro foram sequestrados.
“Na quarta-feira eu consegui contato do proprietário da fazenda. A mãe deles me falou que o dono da fazenda é Carlos Henrique, mas que ninguém sabe onde ele está. Eles foram ao Paraná para cobrar o Carlos Eduardo. A mãe disse que o nome dele foi usado pelo Carlos Henrique nas notas promissórias”.
A testemunha falou também que pediu para que os amigos fossem devolvidos com segurança. O rapaz disse também que acredita que os amigos foram rendidos dentro da cidade e não na propriedade rural.
“Porque o Carlos Henrique conversou tanto comigo? Ele disse: ‘Pelo amor de Deus, estão levando meu pai e meu irmão presos’. A polícia prendeu o celular dele e não tenho mais contato”, disse a testemunha.
O amigo acredita também que Carlos Henrique esteja sequestrado, junto com os quatro desaparecidos.
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