As buscas pelos quatro homens desaparecidos em Icaraíma, no noroeste do Paraná, chegou ao sexto dia nesta sexta-feira (15). Um amigo de um dos cobradores contou detalhes do serviço prestado pelos três homens do interior de São Paulo que vieram cobrar uma dívida no município paranaense. 

Cobradores estão desaparecidos em Icaraíma
Cobradores vieram do interior de São Paulo para cobrar dívida no PR (Foto: arquivo pessoal)

Em entrevista para Nader Khalil, apresentador da RICtv Maringá, o homem que não quis ser identificado revelou que conversou com um dos desaparecidos minutos antes do sumiço. Ele conhecia Robishley Hirnani de Oliveira e Rafael Juliano Marascalchi. 

“Ele conversou com um amigo nosso, até que o Rafael falou para ele desligar o celular que o cara da negociação chegou. Nisso ele desligou o celular”.

Quem eram os cobradores desaparecidos em Icaraíma? 

Conforme essa testemunha, Robishley e Rafael trabalham com cobrança há mais de 12 anos. Além disso, o homem afirmou que não conhecia Diego Henrique Afonso, que teria feito acordo com Alencar Gonçalves de Souza. 

“Sempre souberam conversar e negociar, entrando em acordo formal e sem violência. Eles já fizeram cobranças no Tocantins, Acre e até em cidades vizinhas aqui de São Paulo. Eles iriam até o local, falavam com o devedor, entrando em acordo, pegando dinheiro ou veículo. Não chegavam a intimidar. Às vezes uma terceira pessoa fazendo a negociação é melhor do que a pessoa que tem a receber. Não conheci o Diego, só depois do acontecido. Eles só falaram que iriam ao Paraná fazer uma cobrança”, revelou.

Amigo acredita que desaparecidos estão vivos 

De acordo com esse amigo dos cobradores, os quatro desaparecidos em Icaraíma estão vivos. Ele também fez um apelo para os suspeitos, que devolvam os rapazes com vida.  

“Tenho fé em Deus que eles estão vivos sim e estão em cativeiro. São meus amigos. Eu falaria para os suspeitos que eles devolvam os meninos e que nada disso é necessário. Não precisa dessa cobrança nem de nada. Você ganhou essa guerra. Vocês tem meu número. Falem comigo e vamos resolver da melhor maneira. Os familiares estão sofrendo”.  

A Polícia Civil realizou buscas em bunkers, para ver se encontra os quatro homens que desapareceram.

O que se sabe sobre os homens desaparecidos em Icaraíma 

Em coletiva, os delegados Gabriel Menezes e Thiago Andrade Inácio, da Polícia Civil (PC-PR), afirmaram que o caso agora é tratado como homicídio, que seria a linha mais provável de investigação, com base no contexto.

Polícia faz buscas em bunkers pelos desaparecidos (Foto: reprodução / RICtv)

Porém, as autoridades ainda não descartaram completamente outras possibilidades que possam explicar o desaparecimento dos quatro homens que foram cobrar uma dívida.

Durante a coletiva, os delegados esclareceram que o novo direcionamento do caso se dá por conta da falta de comunicação dos homens desaparecidos durante todo este período e a maneira como as vítimas desapareceram.

“Eles já estão desaparecidos há vários dias. Não houve nenhum contato de pedido de resgate. O contexto do desaparecimento, ao cobrar uma dívida, indica uma animosidade entre as pessoas e um possível conflito entre elas. Todos esses fatores apontam para a prática de um crime de homicídio”, explicou Menezes.

Os investigadores também revelaram que a quantia cobrada por Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza não era de R$ 1 milhão, mas, sim, de R$ 255 mil.

Segundo eles, foi apurado que Souza teria firmado um trato para receber a quantia em 10 parcelas de R$ 25,5 mil. Porém, após não conseguir o dinheiro, teria contratado outros três rapazes para cobrar a dívida.

A principal teoria segue apontando para Antonio Buscariollo, de 66 anos, e seu filho, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22, principais suspeitos do caso, que fariam parte da família do devedor e que teriam armado uma emboscada para os quatro homens desaparecidos em Icaraíma.

Pai e filho suspeitos de armar a emboscada aos homens desaparecidos
Polícia divulgou o retrato falado dos suspeitos (Foto: PCPR)

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.