Áudios obtidos pela RICtv mostram que um amigo dos quatro homens desaparecidos em Icaraíma, Noroeste do Paraná, pediu a familiares dos suspeitos que libertassem as vítimas. O rapaz chega a prometer o perdão da dívida e que não haveria retaliação por esse crime.

Os quatro desaparecidos após cobrarem dívida em Icaraíma, Noroeste do Paraná
Amigo teria conversado com uma mulher e um homem, mas vítimas ainda estão desaparecidas. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Morreu, não vai ter cobrança, não vai ter mais nada. Porque foi acionada a polícia e vai sobrar para o Carlos Eduardo (um dos suspeitos). Senão ele vai ser preso. Então, se ele estiver lá segurando os meninos, que ele solte os meninos. Ninguém vai cobrar mais nada, solta os meninos e está tudo certo”, disse o amigo das vítimas a uma mulher, sem nome identificado.

A principal hipótese da Polícia Civil do Paraná (PCPR) aponta que Antonio Buscariollo, de 66 anos, e seu filho, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22, são os principais suspeitos do crime. Ambos fariam parte da família do devedor e teriam armado uma emboscada para os quatro homens desaparecidos em Icaraíma, desde 4 de agosto.

A Polícia Civil afirmou que Paulo não possui antecedentes criminais, mas que Antônio já foi pego por posse ilegal de arma de fogo. Ambos seguem foragidos e com mandados de prisão temporária em aberto.

“Ninguém vai matar ninguém. Eu quero os meninos, prometo para você. Ninguém vai matar ninguém, ninguém vai matar ninguém, eu te prometo, juro pela vida da minha mãe, ninguém vai matar ninguém, eu só quero os meninos”, disse o amigo das vítimas para um homem, identificado como Carlos Henrique.

Sobre os áudios enviados pelo amigo dos homens desaparecidos no Paraná a familiares dos suspeitos, a Polícia Civil aponta que eles foram encaminhados “quando as vítimas tinha recém desaparecido” e que “não se trata de contato recente de eventual sequestrador”.

Homens desaparecidos em Icaraíma cobravam dívida e devem estar mortos

Pai e filho suspeitos de armar a emboscada aos homens desaparecidos
Retrato dos principais suspeitos pelo crime. (Foto: PCPR)

Em coletiva concedida nesta terça-feira (12), os delegados Gabriel Menezes e Thiago Andrade Inácio, da Polícia Civil, afirmaram que o caso é tratado como homicídio. Ou seja, a principal hipótese é que os quatro homens desaparecidos estejam mortos.

Os investigadores também revelaram que a quantia cobrada por Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza não era de R$ 1 milhão, mas, sim, de R$ 255 mil. Três da vítimas são do interior de São Paulo e se deslocaram até o município paranaense para auxiliar Alencar. 

Souza teria firmado um trato para receber a quantia em 10 parcelas de R$ 25,5 mil. Porém, após não conseguir o dinheiro, teria contratado outros três rapazes para cobrar a dívida.

“Eles já estão desaparecidos há vários dias. Não houve nenhum contato de pedido de resgate. O contexto do desaparecimento, ao cobrar uma dívida, indica uma animosidade entre as pessoas e um possível conflito entre elas. Todos esses fatores apontam para a prática de um crime de homicídio”, explicou Menezes.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.