Cena choca usuário de UPA no Sítio Cercado, menino de 11 anos a beira da morte é vítima da deficiência na saúde pública brasileira
Uma cena de descaso da saúde pública chocou usuários de Unidade de Pronto Atendimento (UPA)do Sítio Cercado que filmaram o desespero de uma mãe ao necessitar atendimento para o seu filho. O vídeo está percorrendo a internet via redes sociais. A situação ocorreu na noite de domingo (16), em Curitiba.
A cena mostra um menino, de 11 anos, tendo convulsões e hemorragia, sem receber qualquer tipo de socorro. A mãe do menino, K.P.S, 27 anos, fica desesperada, chega a agredir uma enfermeira e só então o menino recebe atendimento. Segundo relato da autora do vídeo, Joseane dos Santos, o mau atendimento prestado pela saúde pública foi generalizado naquela noite. “Eu cheguei lá às 8 da noite com crise de bronquite asmática e só fui atendida às 1h35 da madrugada. O descaso com o menino foi muito grande. Ele estava agonizando e ninguém o acudia”, diz.
A avó do menino E. P., 49 anos, relata que a sua filha foi presa pela agressão à enfermeira e que seu neto ficou sem a companhia de qualquer familiar até às 3 horas da madrugada. “Ele precisava ser transferido para uma UTI e não tinha vaga. Estava desacordado e pedimos imediatamente uma ambulância e a transferência dele para um hospital particular. Se não fosse o socorro da família, ele poderia ter morrido”, diz. O menino passa bem.
O outro lado
A Secretaria Municipal da Saúde informa que a criança chegou à UPA Sítio Cercado no sábado (15), às 23h45, conduzida pela mãe, e foi imediatamente encaminhada para a sala de emergência com suspeita de intoxicação alcoólica. Foram verificados os dados vitais do paciente, que foi medicado, estabilizado e encaminhado para hospital particular, tendo em vista que a criança possui convênio de saúde.
Em entrevista ao programa Balanço Geral, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, afirmou que os profissionais de saúde foram agredidos, o que dificultou o atendimento do menino. Fruet explicou que o Conselho Tutelar foi acionado, pois a criança de 11 anos chegou com indícios de intoxicação. “Tinha gente lá foi feito o primeiro atendimento. O menino transferido para a UTI de um hospital particular. Eu não me nego em abrir sindicância quando há erro de equipe em público, mas quero dizer que os profissionais não negaram atendimento e cumpriram seu papel”, diz.