
Além da proprietária do asilo, seu filho e uma funcionária também tiveram mandados de prisão expedidos contra eles
A dona da casa de repouso em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde a idosa Malvina Graciana Pereira, de 85 anos, foi assassinada com 16 golpes na cabeça, foi presa na noite desta quinta-feira (20). Na manhã desta sexta-feira (21) ela prestou depoimento sobre o crime.
Além da proprietária do asilo, seu filho e uma funcionária do local também tiveram mandados de prisão expedidos contra eles. A mulher também está preso e o filho é considerado foragido pela Polícia Civil.
De acordo com o delegado Michel Rodrigues, da Delegacia São José dos Pinhais, o caso corre sob sigilo e a polícia não pode fornecer detalhes sobre as investigações. Porém, ele confirmou que as prisões foram determinadas pela Justiça em função da divergência nos depoimentos prestados.
Entenda a morte da idosa na casa de repouso em SJP

O crime ocorreu na madrugada de uma segunda-feira, 12 de novembro. Na ocasião, Malvina havia passado o fim de semana na casa dos filhos e retornado no domingo a noite para a casa de repouso onde foi assassinada. Ela vivia no local há apenas cinco meses.
Foi a própria instituição que ligou para um dos filhos avisando que a idosa não estava bem.O Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) também foi chamado para atender a ocorrência, que por telefone foi informada como uma queda de idoso. No entanto, ao chegar no local, o médico socorrista decidiu chamar a polícia porque as lesões sugeriam violência.
A casa de repouso ainda tentou sugerir que foi a própria idosa que havia feito os ferimentos, o que, segundo a família era impossível, já que ela havia sofrido um AVC há alguns anos e, por isso, tinha um braço e uma perna paralisados.“A situação que a minha mãe se encontrava, que ela ficou totalmente irreconhecível, totalmente com o crânio estourado, a cabeça toda estourada. Ela não tinha a menor chance de fazer isso. Ela não faria isso. Pelo o que nós entendemos dessa brutalidade, desse crime cometido contra minha mãe, não foi batido uma vez só não”, afirmou Irineu da Silva, filho da vítima.
Dias depois, em conversa com a RICTV Curitiba o advogado da casa de repouso mudou a versão, de acordo com ele, que havia assassinado dona Malvina foi uma idosa de 62 anos durante um surto psicótico.
O advogado Murilo Pereira Jorge, contratado para representar a família, declarou em entrevista – antes do resultado dos laudos médicos – que em momento algum a família acreditou que a vítima havia tirado a própria vida.“Foi um crime bárbaro, eu não tenho nenhuma dificuldade em afirmar nesse momento, que nós não estamos tratando de uma hipótese de suicídio, nós estamos tratando de uma hipótese de homicídio”, disse.
Laudo comprova assassinato da idosa em asilo
Um mês após o crime, no dia 12 de dezembro, o resultado do laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML) comprovou que Malvina foi assassinada. O documento apontou que idosa sofreu 16 golpes na cabeça, além de apresentar lesões no tórax e fraturas no corpo. A causa mortis foi determinada como traumatismo cranioencefálico por instrumento corto-contundente.
Casa de repouso em SJP é fechada
Com a documentação irregular para funcionar desde 2017, após o crime no asilo, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu a interdição da casa e a Justiça atuorizou. A instituição foi notificada judicialmente e contestou as afirmações do MP. O advogado da instituição alegou que a Prefeitura de São José dos Pinhais dificultou a liberação de alvará para casa.
De acordo com a Promotoria de Justiça de São José dos Pinhais, a entidade possui prazo para encaminhamento dos idosos às famílias ou outra instituição adequada. E que os encaminhamentos estão sendo acompanhados pela secretaria Municipal de assistência social da cidade.