Ponta Grossa - A Justiça do Paraná converteu nesta quarta-feira (28) em preventivas as prisões do casal proprietário de uma clínica de reabilitação e também de um interno, de 25 anos, por envolvimento na morte do paciente Ricardo de Oliveira Osinski, no dia 26 de março, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. O interno confessou o crime. 

A Polícia Civil prendeu o casal dono da clínica pela morte de um ex-paciente
Policiais cumpriram mandados contra o casal em Ponta Grossa (Foto: PCPR)

De acordo com o delegado Luiz Gustavo Timossi, da Polícia Civil do Paraná (PCPR), a interno que confessou o crime revelou durante as investigações que a vítima foi mantida em cárcere privado na residência do casal por vários dias, sendo dopada com medicamentos que facilitam os furtos de sua conta bancária.

“Prosseguindo nas investigações, foram coletadas evidências de que semanas antes do crime, a vítima chegou a ser agredida com descargas de arma de choque elétrico pelo homem de 25 anos, que foi mantido sob vigilância do dia 11/03 até a data de sua morte (26/03/2025)”, disse o delegado.

Além disso, Timossi revelou que durante as investigações, a morte do paciente foi ordenada depois que Ricardo desconfiou do golpe e procurou um advogado junto com o homem que confessou ser o executor do crime. 

“A conversa com o advogado foi inclusive registrada em um áudio gravado pelo investigado. As investigações identificaram ainda a existência de mensagens entre os investigados coordenando a ocultação de provas, incluindo orientações sobre limpeza do veículo da vítima, apreendido dias após o achado do corpo de Ricardo”, explicou Timossi.

Dona da clínica orientou como manter paciente dopado

Em uma das gravações obtidas pela Polícia Civil, a proprietária da clínica orientou como manter Ricardo dopado durante uma visita da filha faria uma visita a casa do casal onde a vítima foi mantida. 

“Dê um remédio para ele empacotar. Qualquer coisa, menos ele aparecer lá na casa”, dizia o áudio. 

Além disso, os investigadores descobriram conversas entre os envolvidos depois da morte de Osinski, onde mostram preocupação com a perícia realizada no veículo. “Você limpou o carro? Vão fazer perícia. Traga a chave aqui”, diziam os suspeitos. 

Relembre o caso da morte do paciente 

Um casal dono de uma clínica de reabilitação foi preso no dia 10 de abril, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, suspeito de envolvimento na morte de um ex-paciente. Além disso, eles são investigados por desviar R$ 143 mil da conta da vítima. O corpo foi encontrado no dia 26 de março.

De acordo com a Polícia Civil do Paraná, os donos da clínica de reabilitação começaram a ser investigados após o corpo de um homem ser encontrado na área rural. Além disso, o corpo apresentava ferimentos de faca. O homem foi identificado como Ricardo de Oliveira Osinski, que era ex-paciente da clínica. 

Paciente é encontrado morto

Segundo as investigações, Ricardo foi internado na clínica dos suspeitos no dia 11 de março, após um acidente em uma pousada onde a vítima estava internada. O proprietário da clínica foi identificado como contato de emergência do paciente e foi acionado no local. 

A polícia descobriu diversas transações do ex-paciente para para a clínica terapêutica e também para o proprietário. Segundo o delegado Luís Gustavo Timossi, algumas transações foram realizadas enquanto a vítima estava internada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). 

“Enquanto a vítima ainda estava hospitalizada na UPA, foram desviados R$ 86.500,00 (oitenta e seis mil e quinhentos reais) de sua conta bancária”, disse o delegado. 

A polícia descobriu também que após ter alta da UPA, Ricardo não foi mais visto e os desvios da conta dele aumentaram, incluindo depois que foi encontrado morto. Um dia depois do corpo sem localizado, o casal adquiriu um par de bicicletas no valor de R$ 5 mil e realizou uma transferência de R$ 27 mil para a empresa. 

Além das prisões temporárias, a Justiça determinou a expedição de mandados de busca e apreensão em diversos endereços ligados ao casal. Em uma das residências, as bicicletas adquiridas com o dinheiro da vítima foram localizadas.

Também foi determinado o bloqueio de bens e valores do casal e da clínica até o montante desviado.

“As evidências apontam para um crime premeditado com motivação financeira. Há fundada suspeita de que os suspeitos teriam se aproveitado da vulnerabilidade da vítima, que era dependente químico, para obter acesso às suas contas bancárias. Após realizarem os desvios, há suspeita de que Ricardo foi assassinado para que os desvios não fossem descobertos”, explicou o delegado Luís Gustavo de Souza Timossi.

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.