Eduardo Purkote foi considerado suspeito pela morte do jogador Daniel Corrêa Freitas na fase de investigação, mas não foi denunciado pelo Ministério Público (Foto: Reprodução/RICTV)

Ele foi detido após discutir com outro rapaz em uma comemoração de Carnaval e resistir a prisão, em Guaratuba, no litoral do Paraná

Eduardo Purkote se envolveu em uma briga e foi detido na madrugada desta terça-feira (5), em Guaratuba, no litoral do Paraná. O jovem ficou conhecido após ter seu nome envolvido na morte do jogador Daniel, em outubro de 2018.

Eduardo Purkote se envolve em briga

De acordo com Boletim de Ocorrência, uma equipe da Polícia Militar (PM) foi avisada sobre uma briga entre dois rapazes que estaria acontecendo em uma comemoração de Carnaval e se deslocou até o local.

Como a discussão acontecia perto de crianças, os policiais orientaram que os jovens -que estariam alcoolizados- se retirassem da festa. Segundo o BO, minutos depois um dos jovens, que seria identificado como Eduardo Purkote mais tarde, voltou ao lugar. “Tentando entrar à força, ele empurrou a soldado e, foi dado voz de prisão a este, o qual resistiu, sendo utilizado o bastão para proteger a soldado.”

Em seguida, ele tentou fugir, mas foi alcançado por um dos agentes e, neste momento, precisou ser utilizado o uso da força, já que Eduardo Purkote continuava resistindo a prisão. Um outro jovem que presenciou a cena chamou os policiais de covardes e também foi preso. Os dois foram encaminhados à delegacia da Operação Verão, onde foram ouvidos. Em seguida, Purkote precisou de atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por ferimentos superficiais.

Os dois assinaram um termo circunstanciado e foram liberados. A defesa de Eduardo Purkote foi contatada, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.

Caso Daniel x Eduardo Purkote

Eduardo Purkote foi considerado suspeito pela morte do jogador Daniel Corrêa Freitas na fase de investigação, mas não foi denunciado pelo Ministério Público (MP-PR). Apesar da justiça ter entendido que ele não estava envolvido no crime, o nome de Purkote foi um dos mais citados durante as audiências de instrução do caso. Se a justiça entender que ele é suspeito, o jovem pode voltar a figurar o processo a qualquer momento.

Evelyn Peruso foi acusada de denunciação caluniosa e falso testemunho por citar Eduardo Purkote como participante das agressões contra Daniel. Ele não foi denunciado porque o MP-PR entendeu não terem provas suficientes contra o rapaz. Porém, o nome do rapaz foi citado novamente no depoimento de uma menor de idade que estava na casa da família Brittes no dia do crime.

Dias após o crime, a testemunha de acusação entrou em contato com Evelyn por uma rede social. Na conversa, as duas contaram suas versões sobre o que ocorreu dentro da casa.

– “Realmente, o Purkote se safou demais porque ele era o mais foguinho”, destacou a menor na conversa.
– “Ele ajudou a bater lá fora. Lembra que o irmão dele falava para ele parar?”, disse a acusada.
– “É, só não foi no carro porque o irmão dele não deixou”, declarou a menor.

Assista ao depoimento da adolescente!

Mãe de Purkote quebra silêncio

A mãe dos jovens, Viviane, falou com a equipe do Balanço Geral sobre o dia do crime. Para ela, os jovens contaram que foram ameaçados quando tentavam ajudar Daniel após as agressões. “Mãe, não tinha o que fazer, a nossa amiga estava com o celular, tentou ligar para o Samu, e foi ameaçada também.”

Para a mãe, apenas as pessoas próximas da família Brittes citam Eduardo, como uma forma de represália, pelo irmão, e eles, terem quebrado o ‘elo’ proposto por Edison Brittes. “Ele [Edison] dizia que ia ficar sabendo quem ia quebrar o ‘elo’ e iria ter consequências”, contou Viviane afirmando que esse pode ser o motivo do nome do filho ser citado diversas vezes nos depoimentos.

Segundo Viviane, quando os Brittes descobriram que o padrasto dos jovens é um ex político, influente na cidade de São José dos Pinhais, começou um boato de que Edison teria mentido na primeira versão apresentada, para protegê-los. “Foi feita uma montagem dizendo que: filho de ex-vice-prefeito de São José dos Pinhais tinha participado do crime. Ali a gente viu que tinha uma coisa muito estranha acontecendo. Uma pessoa do mal tentando incriminá-lo”, declarou a mãe.

Assista à entrevista!

Saiba tudo o aconteceu na audiência

No dia 20 de janeiro, ocorreu o último dia da primeira fase das audiências de instrução do processo sobre a morte do jogador Daniel Corrêa, que acontecem no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Foram ouvidas 13 testemunhas nos três dias de audiência. Ao todo, 77 pessoas foram arroladas entre a defesa e acusação. Serão ouvidas as testemunhas de acusação, de defesa e, por último, os réus.

As audiências serão retomadas no dia 1º abril. De acordo com Nilton Ribeiro, que defende a família de Daniel, a pausa foi determinada pela juíza Luciane Regina Martins de Paula e acontece para que os advogados possam ajustar suas agendas com as datas de audiências.

– Amigo de Daniel diz que foi beijado por Cristiana Brittes durante festa

Quem são os acusados?

Edison Brittes (38 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e coação no curso do processo;

Cristiana Brittes (35 anos):  homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;

Allana Brites (18 anos): coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;

Eduardo da Silva (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

Ygor King (19 anos):  homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

David Willian da Silva (18 anos):  homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;

Evellyn Brisola (19 anos):  denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho. Evellyn é única que não está presa.

(Infográfico: Luana Silvério)

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