
O adolescente de 17 anos concedeu uma entrevista à Record TV e falou sobre o amigo; na ocasião, ele não era considerado suspeito
O adolescente de 17 anos, apontado pela Polícia Civil como terceiro suspeito de ter participado do planejamento das mortes na escola estadual Raul Brasil, em Suzano, São Paulo, concedeu uma entrevista à Record TV na quinta-feira (15), antes de ser descoberto pelas investigações. Na ocasião, ele disse acreditar que o amigo queria matar pelo menos 50 pessoas. (Assista abaixo)
“Tudo o que ele fez, estava planejando. Pela munição que levou, ele queria matar mais pessoas. Pelo menos 50 mortos”, declarou.
Durante as gravações, ele foi apresentado apenas como testemunha e amigo do suspeito Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, e contou como era sua amizade com o assassino. Sua suposta ligação seria descoberta apenas posteriormente.
Praticante de bullying
Conforme o relato do jovem, Guilherme não era alvo de bullying, mas sim a pessoa que praticava o ato. “A gente gostava bastante de videogame, bastante de armas. A gente sempre gostou bastante de armas. Basicamente isso. Ele era quieto, mas era querido. Ele não sofria bullying. Ele era o cara que fazia bullying”, disse na ocasião.
Irmã poupada pelos assassino
A irmã do rapaz que teria ajudado no planejamento do ataque também estava na escola estadual Raul Brasil quando os alunos e funcionários foram mortas, mas ela escapou. “Eu acho, inclusive, que ele deixou ela [irmã] sair. [Meus pais] Choraram bastante.”
Columbine
“Ele gostava bastante de um caso nos Estados Unidos, da escola Columbine, que jovens entraram lá e mataram muita gente. Ele falava: ‘Se eu entrava naquela escola, eu fazia isso, isso e isso”, disse à imprensa o adolescente sobre a inspiração do amigo no massacre que matou 13 pessoas. Como em Columbine, os atiradores tiraram suas próprias vidas.
Frieza
O que também chamou atenção do repórter que entrevistou a então testemunha do crime, foi a frieza com que ele falou sobre o atentado e a morte dos colegas. “[Estudantes] Provavelmente bem tristes, né. Chorando, desmaiando, não sei qual é o sentimento, essa angústia”, disse o menino na entrevista. Perguntado pelo repórter da Record TV se sentia alguma revolta, o jovem foi categórico: “Não”.
Três suspeitos na loja de carro
Funcionários do estacionamento no qual os assassinos deixavam o carro alugado para a ação — e onde planejavam o crime — contaram em depoimento à polícia que viram três pessoas.
Terceiro suspeito de massacre é liberado após ser ouvido
Segundo informações do Tribunal de Justiça, o adolescente foi ouvido, na manhã desta sexta-feira (15), por representantes do Ministério Público por cerca de duas horas e liberado em seguida.
Ainda conforme o MP, não foram constatados indícios suficientes e foram requisitadas diligências complementares por parte das autoridades policiais para, posteriormente, se for o caso, pedir a internação do adolescente, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).