Danir Garbossa, de 58 anos, ganhou na Justiça o direito de responder em liberdade pela morte de Sandra Ribeiro, de 45 anos, e foi solto nesta terça-feira (15). O empresário é acusado de causar a morte da funcionária de um supermercado de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, depois que se negou a entrar no estabelecimento comercial de máscara em abril deste ano.
De acordo com o advogado que defende Garbossa, Ygor Nasser Salah Salmen, a permissão para que ele cumpra prisão domiciliar, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica, ocorreu depois que foi comprovado – por exames e laudos- um “quadro de demência acentuado“.
“A família descobre da pior forma possível um quadro de Demência Frontotemporal, ou seja, é um quadro degenerativo do sistema nervoso central. Um quadro neurológico em que a pessoa não tem um filtro como todo e qualquer indivíduo tem. Uma pessoa normal consegue filtrar as suas emoções, consegue discernir entre o certo e errado e controlar os seus impulsos. No entanto, a pessoa que tem esse diagnóstico, ela não consegue ter essa interpretação”, disse Salmen.
Garbossa foi preso no dia 28 de abril e é réu pelos crimes de homicídio doloso, lesão corporal e infração de medida sanitária. Em maio, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) negou, por unanimidade, um pedido de habeas corpus para que ele fosse solto.
O segurança do supermercado Wilhan Pinheiros Soares, de 27 anos, autor do disparo que atingiu Sandra chegou a ser preso, mas foi solto um dia depois da tragédia. Ele responde em liberdade por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Funcionário de supermercado é baleada
No dia 28 de abril, o empresário do ramo do agronegócio se negou a usar uma máscara de proteção para entrar no supermercado. Mesmo sendo orientado, ele insistiu e invadiu o local. Durante a confusão, Garbossa agrediu um funcionário do supermercado e desferiu vários socos no segurança Soares. Garbossa e Soares entraram, então, em luta corporal e o segurança disparou para evitar que sua arma fosse tomada pelo empresário.
Sandra acabou atingida por um tiro no pescoço enquanto tentava contornar a situação. Antes de morrer, ela ainda conseguiu andar até a frente do supermercado, mas acabou não resistindo e falecendo antes da chegada do socorro.

Em depoimento, o segurança declarou que o empresário estava muito alterado por não poder entrar no mercado sem máscara de proteção. Segundo o vigilante, quando pediu que o homem se acalmasse, o cliente disse que ia embora, mas deu a volta e tentou tirar a arma dele.
Já Garbossa preferiu manter silêncio e não se pronunciou a respeito do ocorrido durante seu interrogatório.