Um empresário de Curitiba descobriu que levou um golpe de uma advogada de mais de R$ 130 mil. A profissional, que já era considerada da família, moveu uma ação contra um antigo cliente do empresário, a pedido dele, mas o empresário acabou ficando sem o dinheiro da reparação de danos.

Anderson Pereira conta que o processo era de 2013. Porém, somente em 2020, ao pedir ajuda a outra advogada, soube que a ação tinha transitado em julgado em 2018 – e ele não recebeu a reparação de danos. Para o empresário, a advogada Marcia Eneida Bueno ficou com o dinheiro.

“A advogada acabou se apropriando integralmente do valor dessa ação”,

disse a vítima.

No início do processo, a confiança na profissional era plena. Mas o tempo foi passando e as desculpas por parte da profissional começaram a aparecer.

“A cada cinco ou seis meses, a gente fazia um contato questionando. E era sempre vago por parte dela. Dizia que poderia sair a qualquer momento a indenização. E a gente nunca desconfiou que não pudesse ser verdade”.

contou o empresário.

O pai de Anderson também confiou na mesma advogada que, inclusive, chegou a morar na casa dele. Uma amizade de mais de 30 anos que não adiantou. Para o pai do empresário, prejuízo de mais de R$ 25 mil.

Depois de tantas desculpas, o empresário resolveu procurar outra advogada, que descobriu que Marcia tinha feito vários acordos e pegou o dinheiro dos clientes. Por uma prisão e também pelas dezenas de representações, a profissional foi excluída pela Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR).

A advogada Kamila Ribeiro diz que Marcia continua advogando paralelamente em um escritório com outros profissionais. Ela, inclusive, falou com Marcia. Em um áudio, a profissional pediu prazo para pagar o que deve.

“Se pudesse parcelar o juro pra mim. Paciência, vou ter que pagar, mas não consigo pagar agora. Vai ser pior assumir um compromisso e não cumprir, não tenho condições”,

disse Marcia, em áudio para Kamila.

A reportagem do Balanço Geral, da RICtv, fez uma busca por endereços para saber do escritório da suposta golpista. No primeiro, o porteiro não sabia de quem se tratava. No segundo, o dono do apartamento disse que havia comprado o imóvel dela.

Já no terceiro endereço, em um prédio comercial, a reportagem não localizou a advogada, mas o filho dela. “Escritório é meu. Sendo bem honesto, não tenho a mínima noção do que minha mãe faz, ela é advogada, não posso responder por ela”, afirmou.

No prejuízo, o empresário tenta recuperar o dinheiro. “Sensação para mim e para os meus pais dessa atitude é uma decepção, uma tristeza, um descrédito de fazer repensar bastante coisa da nossa sociedade”.

A reportagem tentou contato com Marcia Eneida Bueno. Ela informou que dará a versão sobre o caso na segunda-feira (20).

16 jun 2022, às 18h03.
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