
Além de Nuno Canhão Bernardes Gonçalves Coelho, preso em Curitiba, o outro empresário, Guilherme Neves Vialle, está fora do país
Em novo desdobramento da Operação Ponto Final, a Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (9), a Operação Gotham City, que tem por objetivo o cumprimento de dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão. O cumprimento destes mandados foi feito em Curitiba.
Na capital do Paraná, os policiais prenderam o empresário Nuno Canhão Bernardes Gonçalves Coelho. Já o outro empresário, Guilherme Neves Vialle, está fora do país e, por isso, foi expedido comunicado à Polícia Internacional – Interpol.
Segundo a PF, a investigação identificou que uma empresa do ramo de engenharia, sediada no Rio de Janeiro, e gerenciada pelos dois alvos da operação, era usada em operações de lavagem de dinheiro. Os valores eram originários de desvios de recursos públicos e de pagamento de propina por parte da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).
Ainda no âmbito da Operação Ponto Final, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) ofereceu mais duas denúncias contra o ex-governador Sérgio Cabral. Ele é suspeito de chefiar o esquema criminoso de corrupção ativa e passiva, centenas de crimes de lavagem de dinheiro, contra o sistema financeiro e por participação em organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, envolvendo cerca de R$ 144,7 milhões que teriam sido repassados ao ex-governador entre julho de 2010 a fevereiro de 2016 pela Fetranspor.
As denúncias tiveram como ponto de partida investigações da 13ª e 14ª operações da força-tarefa da Lava Jato no estado e atingiu 23 investigados nas operações, inclusivo o e x-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro) Rogério Onofre.
As duas novas denúncias foram aceitas pelo juiz da 7ª Vara da Justiça Federal, o que fez com que o ex-governador Sérgio Cabral passasse a responder por um total de 14 processos, incluindo o processo em que ela já foi condenado a 14 anos e 2 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba, e do qual está recorrendo.
Preso desde novembro do ano passado, acusado de chefiar um esquema de corrupção que teria desviado centenas de milhões de reais dos cofres públicos do estado, o ex-governador foi transferido em maio último do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da cidade, para um presídio reformado em Benfica, na zona norte.