Uma empresa de Cocal do Sul, no Sul de Santa Catarina, está entre as 24 investigadas na Operação Alquimia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para rastrear a origem do metanol encontrado em bebidas alcoólicas adulteradas. De acordo com informações do portal NDmais, até o momento, oito mortes foram confirmadas em decorrência de intoxicação por metanol, e outros dez casos seguem sob investigação no estado.

A operação acontece em 20 cidades dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Foto: Polícia Federal/Reprodução NDMais

Segundo a Polícia Federal, as empresas investigadas foram selecionadas com base em seu envolvimento na cadeia produtiva do metanol, desde a importação da substância até a possível destinação irregular. Entre os alvos estão importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias e usinas.

(Vídeo: Polícia Federal/Reprodução NDmais)

 O que está sob investigação na Operação Alquimia

De acordo com a Polícia Federal, as empresas-alvo da Operação Alquimia foram escolhidas com base no envolvimento na cadeia do metanol, desde a importação da substância até a possível destinação irregular. Entre os alvos estão importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias e usinas. No Paraná, estão sendo localizadas empresas situadas em Araucária, Colombo e Paranaguá..

“As destilarias investigadas teriam adquirido metanol por meio de empresas conhecidas como ‘noteiras’. As notas fiscais indicavam caminhões e motoristas que, contudo, nunca chegaram aos destinos informados, sugerindo possível fraude documental”, explica a PF.

Cadeia do metanol: entenda como ocorre o desvio da substância

  • Importadores: responsáveis pela entrada do metanol no país; utilizam o produto em processos produtivos e o revendem para empresas químicas.
  • Terminais marítimos: movimentam grandes volumes de metanol, que permanecem armazenados até o envio às unidades fabris ou aos clientes finais; quando há vendas a terceiros, o produto é despachado diretamente dos terminais ao destino.
  • Empresas químicas: adquirem o metanol de importadores para uso industrial próprio ou para revenda a outras indústrias químicas

As usinas produtoras e distribuidoras de etanol anidro e hidratado também estão sendo verificadas, por atuarem em pontos estratégicos da cadeia e serem fundamentais para rastrear eventuais lotes adulterados ou irregularidades na destinação do produto.

A Operação Alquimia é um desdobramento de outras duas operações: Boyle e Carbono Oculto. Agentes da PF, da Receita Federal, do Ministério da Agricultura e Abastecimento e da Agência Nacional do Petróleo (ANP) estão coletando amostras dos produtos fabricados nas unidades investigadas para atestar a regularidade das composições químicas.

“Todo o resultado servirá de subsídio para a instrução de investigação conduzida pela Polícia Federal a respeito dos eventos de contaminação de bebidas alcoólicas por metanol, desde o início de setembro deste ano”, declara a PF.

Onde estão as empresas investigadas

  • Paraná: Araucária, Colombo e Paranaguá
  • Santa Catarina: Cocal do Sul.
  • Mato Grosso: Várzea Grande.
  • Mato Grosso do Sul: Caarapó, Campo Grande e Dourados.
  • São Paulo: Araçariguama, Arujá, Avaré, Cerqueira César, Cotia, Guarulhos, Jandira, Laranjal Paulista, Limeira, Morro Agudo, Palmital, Sumaré e Suzano

Saiba mais sobre as operações Boyle e Carbono Oculto

Operação Boyle: conduzida para apurar possíveis casos de adulteração de combustíveis por meio da utilização de metanol. A partir da análise do material apreendido, surgiu a Operação Carbono Oculto.

Operação Carbono Oculto: revelou um esquema que consistia na compra de metanol importado por empresas químicas regulares, que o repassavam a empresas de fachada. Essas, por sua vez, desviavam o produto para postos de combustíveis, onde o metanol era adicionado de forma ilícita à gasolina comercializada ao consumidor final.

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Jessica Ibrahin

Repórter

Jéssica Ibrahin é formada em Jornalismo e pós-graduada em Ciência Política pela UNICAP. Atuou em redações de rádio, TV e portais de notícia, com experiência em entrevistas e reportagens sobre política, cultura e comportamento.

Jéssica Ibrahin é formada em Jornalismo e pós-graduada em Ciência Política pela UNICAP. Atuou em redações de rádio, TV e portais de notícia, com experiência em entrevistas e reportagens sobre política, cultura e comportamento.