Em depoimento à Polícia Civil do Paraná (PCPR), a mãe da esposa mantida por um vendedor de picolé por dez anos em cárcere, disse achar que o marido da filha era “boa pessoa”, nos primeiros meses de relacionamento.

“Várias vezes de eu ir na casa deles, ela dizer que não me conhecia, ele não deixar ela falar comigo. Eu chamava, pedia pelo amor de Deus, venha falar comigo, eu sou sua mãe. Ela dizia que eu não era mãe dela e que ele não queria que ela falasse comigo. Ele me pareceu ser uma pessoa boa. Por alguns meses ele foi na minha casa, brincava com a gente”, disse a mulher.
Em entrevista a repórter Beatriz Frehner da Ric RECORD Curitiba, a delegada da Polícia Civil Maluhá Soares de Miranda Silva disse que foi graças a denúncia da mãe da vítima que o caso em Paranaguá, Litoral do Paraná, foi descoberto.
“Chegando no local, nós reparamos que era uma casa bastante insalubre, sem água encanada no local. Nós então localizamos essa mulher. Ela apresentava um estado de confusão mental muito grande, falava coisas desconexas. Quando perguntávamos para ela se saía de casa, ela dizia que não, porque tinha receio de sair de casa”, explicou.
Vendedor de picolé ameaçou esposa mantida em cárcere: “Se sair, morre”

O vendedor de picolé que manteve a esposa dez anos em cárcere privado em Paranaguá, Litoral do Paraná, ameaçava constantemente a mulher para conseguir mantê-la na residência. Segundo investigação da Polícia Civil do Paraná (PCPR), o suspeito chegou a dizer que se a vítima saísse de casa “acabaria morta”.
“Nós acreditamos que esse sujeito incutiu na cabeça dela que ela não podia sair de casa, por risco de vida. Nós acreditamos que essa narrativa foi contada pelo convivente dela. Nós perguntamos se ela tinha autorização para sair de casa sem ele e ela disse que ela tinha medo de sair sem ele. Inclusive ele falou que não tinha necessidade dela sair de casa sem ele”, explicou a delegada.
A delegada relatou que até mesmo quando foi acompanhar os policiais à delegacia, a mulher não se sentia confortável em colocar os pés no quintal. Mas após auxílio dos agentes, a vítima foi até a central encontrar a mãe.
Em entrevista a repórter Beatriz Frehner, vizinhos do vendedor de picolé e da esposa disseram que nunca viram a mulher na região. Isso corrobora com a linha de investigação da Polícia Civil que a vítima não saía da residência e desmente depoimento do suspeito, no qual ele aponta saídas da companheira para ir à igreja e consultas médicas.
“Ela sempre ficou dentro de casa. Só saía se a gente precisava, como ir ao médico. Sempre sai comigo, às vezes no fim de semana. Ela é caprichosa, é de oração. Não precisava sair sem mim. Quando saía, saía com o marido”, disse o suspeito à Polícia Civil.
A Polícia Civil seguirá na investigação do caso para apurar se o vendedor de picolé cometeu outros crimes contra a esposa, além do cárcere privado. O suspeito está preso preventivamente em Paranaguá e aguarda audiência de custódia para saber se responderá ao processo em liberdade ou detido.
Já a vítima está recebendo atendimento médico e psicológico e deve ficar com a mãe durante esse processo.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do Ric.com.br. Clique aqui